Laelia lobata - RJ
As flores dessa espécie são de substância, duração e tamanho inferiores às da L. purpurata. Exalam nas horas mais quentes do dia um perfume muito agradável e característico . Sob condições serranas, com temperaturas amenas, umidade intermitente e bastante claridade indireta, crescem e florescem com facilidade. Podem ser cultivadas junto com purpuratas como pode ser visto nas fotos do muro porta-orquídeas. Resistem muito bem ao frio de quase zero grau, também à seca periódica, por curtos períodos; o calor constante de mais de 35°C e a sombra acentuada, inviabilizam o seu cultivo. Embora medrem em áreas da cidade do Rio de Janeiro, local notoriamente quente, sua ocorrência só se verifica onde há alguma altitude e o refrigerante vento do mar. Podemos dizer que seu cultivo longe do vento mar é capcioso , mesmo na Zona Norte do Rio Janeiro, uma baixada tórrida, a L. lobata fenece logo, trata-se de uma carioca que não gosta de calor, é igual a mim. É muito mais fácil cultivá-la em locais de maiores altitudes, ou em latitudes mais meridionais, do que em baixadas ou em altitudes mais modestas, sem uma ventilação úmida forte, e por isso, muito quentes e abafadas.
A prima e conterrânea L. crispa mostra-se contrária em relação ao calor, é planta de lugar com verões quentes, e gosta de um pouco menos de luz. Aqui em Curitiba vegeta com notória dificuldade e só floresce quando o verão é atipicamente mais quente. Nunca observei danos nas L. lobatas do muro-porta orquídeas causados pelo frio em invernos severos aqui em Curitiba . Já a linda L. jongheana, que tinha fixada num grande nó de pinho, abrigada embaixo de sombrite, a poucos metros das lobatas, morreu inteiramente queimada pelo frio, na noite em que as gotas de chuva congelaram no sombrite, no inverno de 2013.
ecologicamente mostra-se muito diferente.
A prima e conterrânea L. crispa mostra-se contrária em relação ao calor, é planta de lugar com verões quentes, e gosta de um pouco menos de luz. Aqui em Curitiba vegeta com notória dificuldade e só floresce quando o verão é atipicamente mais quente. Nunca observei danos nas L. lobatas do muro-porta orquídeas causados pelo frio em invernos severos aqui em Curitiba . Já a linda L. jongheana, que tinha fixada num grande nó de pinho, abrigada embaixo de sombrite, a poucos metros das lobatas, morreu inteiramente queimada pelo frio, na noite em que as gotas de chuva congelaram no sombrite, no inverno de 2013.
Usada em cruzamentos, a espécie transmite: muito boa forma, melhor até do
que a forma original da espécie, seu ótimo e marcante perfume e
principalmente o maior número de flores por haste.
Sendo planta rústica e resistente,
produz híbridos similares.
Me perdoem os excessos, mas sou fã
dessa espécie, gosto com paixão !
Todos os anos florescem
lindamente em meu
terraço, trazendo
saudades do
Rio.
Apesar de incrível beleza, é uma espécie de difícil cultivo, com
crescimento lento e com flores de pouca substância, de textura celulósica muito tênue e por isto pouco longevas. Talvez por esses motivos, a
espécie seja preterida, é pouco utilizada em hibridações visando orquídeas de alta qualidade e duração.
Nas fotos acima, afixado no muro, um lote de quatro exemplares de L. lobatas tipo provenientes de sementeira, já estão em segunda floração. Em seguida uma touceira da variedade concolor clara, todas na minha coleção do muro porta-orquídeas, logo após, e por fim, outras concolores "Jenis", algo mais escuras, da coleção do Sr. Werner Paske.
L. lobata é uma espécie um tanto obscurecida por outras primas maiores e mais famosas. Até mesmo no epsódio de sua descoberta percebe-se certa decepção pelo seu aspecto geral. Quando o coletor inglês George Gardner localizou as primeiras populações de Laelia lobata no Rio de Janeiro em 1836, ele convenceu-se que essa seria a tão procurada Cattleya labiata. Ele se propusera a encontrá-la naquelas cercanias, achou uma espécie algo parecida, mas não era a mesma espécie! Não há comparação entre as belas flores da labiata e o papelzinho fininho e frágil que compõe as pequenas e muito inferiores flores de lobata.Veja aqui na postagem sobre a L. crispa a interessante história do sumiço da Cattleya labiata e sua interação com as descobertas desta espécie e da L. lobata no Séc. XIX.
Foi descrita por Lindley em 1848 como sendo uma "variedade" de C. labiata, batizada de C. lobata, até o nome ficou parecido! Uma tinha o lábio e a outra tinha o lóbulo, ele desejava reencontrar o habitat de C. labiata para obter uma nova remessa das flores "perfeitas" dessa espécie desaparecida , após a primeira leva delas ter chegado na Grã-Bretanha em 1819.
O clone concolor " Jeni " e suas descendentes são elegantes e apresentam o tubo
ligeiramente mais branco ou mesmo amarelado, como se pode observar acima.
ligeiramente mais branco ou mesmo amarelado, como se pode observar acima.
A flor dessa graciosa espécie, embora seja menor,
claramente lembra a de L. purpurata.
claramente lembra a de L. purpurata.
L. lobata é uma espécie um tanto obscurecida por outras primas maiores e mais famosas. Até mesmo no epsódio de sua descoberta percebe-se certa decepção pelo seu aspecto geral. Quando o coletor inglês George Gardner localizou as primeiras populações de Laelia lobata no Rio de Janeiro em 1836, ele convenceu-se que essa seria a tão procurada Cattleya labiata. Ele se propusera a encontrá-la naquelas cercanias, achou uma espécie algo parecida, mas não era a mesma espécie! Não há comparação entre as belas flores da labiata e o papelzinho fininho e frágil que compõe as pequenas e muito inferiores flores de lobata.Veja aqui na postagem sobre a L. crispa a interessante história do sumiço da Cattleya labiata e sua interação com as descobertas desta espécie e da L. lobata no Séc. XIX.
Foi descrita por Lindley em 1848 como sendo uma "variedade" de C. labiata, batizada de C. lobata, até o nome ficou parecido! Uma tinha o lábio e a outra tinha o lóbulo, ele desejava reencontrar o habitat de C. labiata para obter uma nova remessa das flores "perfeitas" dessa espécie desaparecida , após a primeira leva delas ter chegado na Grã-Bretanha em 1819.
Essa espécie carioca só é conhecida em populações consideráveis, vegetando como rupícola nos quase inacessíveis paredões da face oceânica da Pedra da Gávea, um imenso rochedo entre os bairros de S. Conrado e Barra da Tijuca, dentro da cidade do Rio de Janeiro . A pedra é enigmática e há lendas sobre existirem nela inscrições fenícias, e muitos enxergam uma esfinge com a face de um ancião de capacete no cume desse magnífico rochedo. Disco voadores e raios matando alpinistas abrigados durante tempestades são relatos frequentes, do alto dos seus 842 m de altitude, o monólito de gnaisse com topo de granito permanece impávido assistindo o tempo passar.
Abaixo podemos ver alinhadas e perto do topo, as supostas e monumentais "inscrições fenícias" desta famosa montanha, Existem até "traduções ", muitos entendem que não passa de uma forma singular de erosão, registro então este detalhe, uma parte da mística desta formação rochosa, também podemos incluir casos de UFOs frequentemente ali avistados em sobrevoo, com certeza devem ter ido ver as lobatas floridas.
O ambiente singular onde vive pode ser difícil de ser reproduzido sob condições médias de orquidários amadores, com as plantas nascidas em cultivo fica mais fácil essa adaptação às condições médias. Como se pode observar nas fotos, essa espécie aprecia a ventilação e a luz, além de estar livre do tórrido calor das baixadas cariocas, lá no alto do morro a brisa do mar é sempre agradabilíssima, e as nuvens baixas fornecem umidade de modo intermitente. A rocha gnáissica apresenta pequenas quantidades de apatita, fonte de fósforo, o potássio está presente no feldspato, composto de silicatos ortoclásios, e na mica, também há liberação de nitratos na decomposição dos silicatos, portanto existem minerais nutrivos nesse tipo de rocha comum nessa faixa litorânea, os próprios ácidos orgânicos liberados pelas raízes ajudam na decomposição e solubilização dos minerais da rocha.
Bem cultivada no ambiente correto e fora dos vasos , lobatas formam belas touceiras , reparem na foto acima os singulares pseudobulbos atarracados e quase oviformes , típicos apenas dessa espécie, por vezes eles aparecem em alguns exemplares, especialmente nas plantas albas. Reparem acima na saudável e robusta touceira singularmente cultivada num pedaço de lava solidificado - basalto ou outra rocha vulcânica .
Estrangeiros as cultivam em estufas, e classicamente reclamam : elas crescem...crescem...mas não florescem. Os orquidófilos antigos diziam que só floresciam caso houvessem pseudobulbos nascidos já fora da borda do vaso. Eu evito vasos sempre, o muro é minha testemunha! Em Curitiba expostas ao tempo e à luz adequada, fora dos vasos, crescem e florescem muito bem .
Vegetativamente é também mais próxima ao padrão da prima imensamente mais comum, a L. crispa - imagem da padrão da espécie acima, aliás crispa coexiste no mesmo habitat, como epífita, medrando na face da montanha que mira o interior, lugar diametralmente oposto ao paredão da lobatas . Sem flores as plantas são similares, sendo os pseudobulbos de ambas igualmente robustos e de folhas, por vezes, menos alongadas e mais largas do que em purpurata e tenebrosa. Se as pétalas e sépalas das flores de crispa fossem menos enroladas , a semelhança seria mais aguçada. Também L. crispa, apresenta perfume característico e aprazível, porém diferente em fragrância do de lobata.
A foto acima mostra, muito bem, a sombra no paredão que mira o mar, local das maiores colônias conhecidas desta espécie. A umidade soprada pelo mar pode ser vista no ar, inclusive mais concentrada contra o paredão, por sobre os prédios, também os reluzentes filmes de água escorrendo por sobre os paredões do rochedo nos dão conta da umidade reinante neste ambiente.
Paredão rochoso habitat das lobatas - fica bem acima do Viaduto Elevado do Joá, clicando nas fotos o tamanho delas aumenta e a percepção do habitat natural é também amplificada - veja.
L. lobata é também encontrada em outras montanhas mais ou menos próximas à Pedra da Gávea, mas sempre em populações residuais. Um exemplar de fraca saúde foi observado na Pedra do Pão-de-Açúcar há mais de 30 anos. Pesquisadores informam ter havido um excesso de coleta nessa localidade, principalmente pelos montanhista e escaladores amadores, e admitem que a espécie possa estar extinta no rochedo mais famoso do Brasil, todavia este continua riquíssimo em outras espécies de orquídeas. Há relatos da primeira metade do Séc. XX de grandes manchas de flores de lobatas observadas nesses paredões, no início do verão. Até que ponto serão verídicas estas informações ?
Os paredões rochosos do Pão-de-Açúcar abrigam muitas outras espécies rupícolas de Maxillarias , Bifrenarias, Epidendruns, Cyrtopodiuns e quantidades enormes de Brassavolla tuberculata; nas matas vizinhas há Cattleyas guttatas e forbesiis. Até raros espécimes de pau-brasil ainda vegetam espontaneamente na base dessas montanhas lindas.
Clique nas fotos para ampliar e veja os paredões em detalhes, na última foto acima ampliada , vê-se a esquerda, grandes colônias de B. tuberculata circundando a parte mais clara da rocha. A grande umidade ambiental também é perceptível nesse ambiente agraciado pelo brisa do mar.
Acima algumas imagens das montanhas rochosas em Niterói onde a espécie também ocorre esparsamente. A montanha mais alta está a apenas 420m, bem mais baixa se comparada às condições da população do paredão da Pedra da Gávea.
Abaixo podemos ver alinhadas e perto do topo, as supostas e monumentais "inscrições fenícias" desta famosa montanha, Existem até "traduções ", muitos entendem que não passa de uma forma singular de erosão, registro então este detalhe, uma parte da mística desta formação rochosa, também podemos incluir casos de UFOs frequentemente ali avistados em sobrevoo, com certeza devem ter ido ver as lobatas floridas.
Boas condições de ventilação, temperatura, umidade, insolação e de inacessibilidade, somaram-se singularmente nesse paredão debruçado sobre o mar. Não é por acaso ser especificamente nesse ambiente o habitat onde está concentrada a sua maior população, as outras espécies do mesmo grupo apresentam uma dispersão muito mais dilatada. A especificidade geográfica de lobata é notável e nem a rara L. jongheana tem dispersão tão diminuta, estima-se hoje em apenas 30 km lineares o segmento de costa onde encontram-se os rochedos onde a espécie é encontrada.
O ambiente singular onde vive pode ser difícil de ser reproduzido sob condições médias de orquidários amadores, com as plantas nascidas em cultivo fica mais fácil essa adaptação às condições médias. Como se pode observar nas fotos, essa espécie aprecia a ventilação e a luz, além de estar livre do tórrido calor das baixadas cariocas, lá no alto do morro a brisa do mar é sempre agradabilíssima, e as nuvens baixas fornecem umidade de modo intermitente. A rocha gnáissica apresenta pequenas quantidades de apatita, fonte de fósforo, o potássio está presente no feldspato, composto de silicatos ortoclásios, e na mica, também há liberação de nitratos na decomposição dos silicatos, portanto existem minerais nutrivos nesse tipo de rocha comum nessa faixa litorânea, os próprios ácidos orgânicos liberados pelas raízes ajudam na decomposição e solubilização dos minerais da rocha.
Bem cultivada no ambiente correto e fora dos vasos , lobatas formam belas touceiras , reparem na foto acima os singulares pseudobulbos atarracados e quase oviformes , típicos apenas dessa espécie, por vezes eles aparecem em alguns exemplares, especialmente nas plantas albas. Reparem acima na saudável e robusta touceira singularmente cultivada num pedaço de lava solidificado - basalto ou outra rocha vulcânica .
Estrangeiros as cultivam em estufas, e classicamente reclamam : elas crescem...crescem...mas não florescem. Os orquidófilos antigos diziam que só floresciam caso houvessem pseudobulbos nascidos já fora da borda do vaso. Eu evito vasos sempre, o muro é minha testemunha! Em Curitiba expostas ao tempo e à luz adequada, fora dos vasos, crescem e florescem muito bem .
O labelo de lobata tende para a forma retangular, como em crispa , já o de purpurata é mais arredondado, como em tenebrosa e grandis, no cruzamento entre estas espécies e L. lobata, sempre predomina o labelo quadrangular dessa espécie
Vegetativamente é também mais próxima ao padrão da prima imensamente mais comum, a L. crispa - imagem da padrão da espécie acima, aliás crispa coexiste no mesmo habitat, como epífita, medrando na face da montanha que mira o interior, lugar diametralmente oposto ao paredão da lobatas . Sem flores as plantas são similares, sendo os pseudobulbos de ambas igualmente robustos e de folhas, por vezes, menos alongadas e mais largas do que em purpurata e tenebrosa. Se as pétalas e sépalas das flores de crispa fossem menos enroladas , a semelhança seria mais aguçada. Também L. crispa, apresenta perfume característico e aprazível, porém diferente em fragrância do de lobata.
A foto acima mostra, muito bem, a sombra no paredão que mira o mar, local das maiores colônias conhecidas desta espécie. A umidade soprada pelo mar pode ser vista no ar, inclusive mais concentrada contra o paredão, por sobre os prédios, também os reluzentes filmes de água escorrendo por sobre os paredões do rochedo nos dão conta da umidade reinante neste ambiente.
A neblina ocasional diurna, e principalmente a constante neblina noturna, nos mostram que as plantas são regadas não somente pelas chuvas. Vivem num ambiente fresco, claro e ventilado, que nem todas as montanhas da cidade do Rio de Janeiro podem ofertar.
Paredão rochoso habitat das lobatas - fica bem acima do Viaduto Elevado do Joá, clicando nas fotos o tamanho delas aumenta e a percepção do habitat natural é também amplificada - veja.
L. lobata é também encontrada em outras montanhas mais ou menos próximas à Pedra da Gávea, mas sempre em populações residuais. Um exemplar de fraca saúde foi observado na Pedra do Pão-de-Açúcar há mais de 30 anos. Pesquisadores informam ter havido um excesso de coleta nessa localidade, principalmente pelos montanhista e escaladores amadores, e admitem que a espécie possa estar extinta no rochedo mais famoso do Brasil, todavia este continua riquíssimo em outras espécies de orquídeas. Há relatos da primeira metade do Séc. XX de grandes manchas de flores de lobatas observadas nesses paredões, no início do verão. Até que ponto serão verídicas estas informações ?
Os paredões rochosos do Pão-de-Açúcar abrigam muitas outras espécies rupícolas de Maxillarias , Bifrenarias, Epidendruns, Cyrtopodiuns e quantidades enormes de Brassavolla tuberculata; nas matas vizinhas há Cattleyas guttatas e forbesiis. Até raros espécimes de pau-brasil ainda vegetam espontaneamente na base dessas montanhas lindas.
Brassavola tuberculata apresenta folha cilíndrica lembrando um "rabo de
rato", forma imensas colônias nos paredões ventosos e áridos dos
morros rochosos da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.
É especializada e sobrevive nestes ambientes devido
a neblina noturna, que repara a desidratação do
vento e da forte insolação diurna.
rato", forma imensas colônias nos paredões ventosos e áridos dos
morros rochosos da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.
É especializada e sobrevive nestes ambientes devido
a neblina noturna, que repara a desidratação do
vento e da forte insolação diurna.
Clique nas fotos para ampliar e veja os paredões em detalhes, na última foto acima ampliada , vê-se a esquerda, grandes colônias de B. tuberculata circundando a parte mais clara da rocha. A grande umidade ambiental também é perceptível nesse ambiente agraciado pelo brisa do mar.
Reportam também a sua ocorrência do outro da Baía de Guanabara, em montanhas próximas à praia de Itacoatiara em Niterói; Hoehne, estranhamente, registrou-a para a região de Angra dos Reis na Iconografia das Orchidaceas do Brasil.
Há notícias antigas de ocorrência de purpuratas nas proximidades de Paraty na fronteira com SP, talvez seja esta, e não lobata, a espécie encontrada em Angra. Como a semente é levada pelo vento, tudo pode acontecer, basta uma boa lufada e bons substrato, além de ambiente adequado para a germinação.
Há notícias antigas de ocorrência de purpuratas nas proximidades de Paraty na fronteira com SP, talvez seja esta, e não lobata, a espécie encontrada em Angra. Como a semente é levada pelo vento, tudo pode acontecer, basta uma boa lufada e bons substrato, além de ambiente adequado para a germinação.
Acima algumas imagens das montanhas rochosas em Niterói onde a espécie também ocorre esparsamente. A montanha mais alta está a apenas 420m, bem mais baixa se comparada às condições da população do paredão da Pedra da Gávea.
Na foto acima se vê em perspectiva os 30 km de montanhas costeiras onde ocorre a espécie, da Pedra da Gávea em primeiro plano, até as montanhas de Niterói mais ao fundo no horizonte.
Ocorrência de L. lobata.
Abaixo algumas informações do Conselho Nacional
de Conservação da Flora sobre está espécie rara:
Ocorrência de L. lobata.
Abaixo algumas informações do Conselho Nacional
de Conservação da Flora sobre está espécie rara:
" Hadrolaelia lobata é uma espécie extremamente ornamental com distribuição geográfica restrita a alguns poucos afloramentos rochosos do litoral do Estado do Rio de Janeiro. Espécie endêmica de ocorrência restrita aos inselbergs do litoral próximo à cidade do Rio de Janeiro). Encontraram 60 registros de ocorrência para a espécie, entre relatos, bibliografia e coleções científicas, em quatro municípios: Rio de Janeiro, Niterói, Mangaratiba e Maricá. No entanto, a ocorrência da espécie só foi confirmada para os dois primeiros municípios. Os mesmos autores identificam quatro zonas de ocorrência da espécie: Pedra da Gávea e entorno (onde ocorre a maior densidade de indivíduos), Morro Dois Irmãos, Alinhamento dos Maciços entre o Morro dos Cabritos e Pão de Açúcar (encontrada apenas no Pão de Açúcar), e Maciços da enseada de Itacoatiara (sendo encontrada apenas no Morro do Alto Mourão ) . A área de ocorrência atual é de apenas 1.287,53
km², e tem quatro situações de ameaça às quais a espécie se encontra
submetida. Vem sofrendo um drástico declínio na extensão e qualidade do
seu habitat, altamente específico, devido principalmente à expansão
urbana e à incidência de incêndios severos sobre a vegetação
rupícola/saxícola dos afloramentos em que ocorre.Os locais em que a espécie ocorre foram desmatados
para a agricultura entre os séculos XVI e XIX e atualmente sofrem com a
ocupação urbana e queimadas intencionais.
Há muitos habitats potenciais para um programa
de reintrodução e expansão de área de ocorrência.
de reintrodução e expansão de área de ocorrência.
Além disso, uma enorme
pressão de coleta para fins de cultivo e comercialização nas suas
subpopulações permite suspeitar que a espécie esteja sofrendo um forte
declínio no número de indivíduos maduros.Tempestades de verão e ventos fortes são
responsáveis pela queda de touceiras, causa de mortalidade de
indivíduos adultos. A principal ameaça para a
localidade de ocorrência Alinhamento dos Maciços entre o Morro dos Cabritos e
Pão de Açúcar é o turismo.Encontrada e protegida no Parque Nacional da Tijuca, Parque Estadual do Penhasco Dois Irmãos e no Parque Estadual da Serra da Tiririca Espécie aparentemente
abundante por volta de 1850, foi intensamente coletada e atualmente é
considerada uma espécie rara. Nos dias atuais a pressão de extrativismo
sobre a espécie é pequena. Assim sendo, H. lobata
foi considerada “Em perigo” (EN). Há
certamente mais de 2.500 indivíduos reprodutivos de H. lobata.
Provavelmente 95% dos indivíduos estão concentrados no Complexo da Gávea
e Morro Dois Irmãos. Devido às ameaças que incidiram e incidem sobre a
espécie, estima-se que 80% dos indivíduos tenham sido retirados das
subpopulações, praticamente extinguindo a subpopulação do Pão de Açúcar . Texto de Fraga et al., 2009."
Havia um grupo de exemplares desta espécie estabelecidos por alguém nas árvores localizadas logo em seguida ao portão de entrada do Cemitério S. João Baptista no Rio de Janeiro. Vegetavam muito bem lá, porta de cemitério é culturalmente um ótimo refúgio para orquídeas, ninguém as leva ou depreda!
Habitat de L. lobata em meio às
Não se sabe ao certo se a espécie sempre foi preponderantemente
rupícola e de distribuição tão restrita, ou se esse espaço ambiental
atual foi o que lhe restou após tantas décadas de coleta e destruição. O
quadro atual talvez seja devido à proteção da inacessibilidade desses
locais; em cultivo aceita o epifitismo muito bem. Mas como já foi dito só há quantidades significativas conhecidas , especificamente, numa das faces da Pedra da Gávea. Um belo endereço a lobata foi escolher, é o maior rochedo monolítico litorâneo do mundo. A espécie necessita de proteção para expandir-se mais. Algumas pessoas e grupos estão introduzindo, ou reintroduzindo, exemplares provenientes de cultivo em habitats despovoados, para assim tentar modificar no futuro o atual cenário.
Clusias, na face sul-sudeste
da Pedra da Gávea.
Acima se vê a silhueta do "gigante deitado" nas montanhas do Maciço da Tijuca, vista das lagoas da Barra. O cume da Pedra da Gávea é o "nariz" do gigante, o paredão das lobatas forma o "topo da cabeça" virado para o mar; dorme então o gigante sonhando com as orquídeas...
Lobatas aguardam a época da floração com espatas prontas e necessitam de picos de calor de mais 30°C , muita ventilação e umidade do ar para florir bem; em orquidários e sob condições de cattleyas, ficam pouco estimuladas e às vezes não florescem. A chuva continuada danifica bastante as flores abertas, demonstrando que a época de floração, no habitat natural, deve coincidir com um período normalmente mais quente e seco .
Antigamente os exemplares da variedade alba ( acima ) , eram os mais valiosos e conhecidos da espécie, são até hoje os mais comuns em cultivo, sendo também os mais vistos e ofertados nos comércio, em detrimento de qualquer outra variedade, inclusive a tipo. Contraditoriamente à frequência em cultivo, as plantas albas são ainda mais exigente em claridade e temperaturas amenas, e por isso florescem com conhecida dificuldade, conta-se que tradicionalmente lobata alba cresce mas não floresce, e quando floresce, surgem normalmente apenas 2-3 flores por haste.
Já a cepa concolor é a mais fácil de adaptar-se às condições médias de cultivo, atualmente é a segunda mais encontradiça, sendo bastante florífera. As Laelias de MG e ES para o sul, não apreciam o calor constante de mais 30°C, frisamos que cultivadas na baixada quente, seca e mal ventilada, desidratam e morrem. Nesse caso seria necessário aumentar a sombra e a umidade, porém sem luz forte a planta não floresce, crescendo vegetativamente com pseudobulbos finos e frágeis, com folhas longas verde escuras carecendo evidentemente de vigor.
A variedade concolor terminou por assumir o nome da proprietária de um famoso clone desse tipo, este pertencera à Sra. Jeni, no Rio de Janeiro dos anos 40-50. A lobata Jeni ( é com J mesmo ) foi extensivamente propagada artificialmente na década de 90, dando origem à ótimos novos clones , estes crescem e florescem com mais facilidade. Folhas estreitas e mais longas são quase sempre regra nessa variedade muito florífera.
Difícil mesmo é conseguir boas plantas-tipo, possuo algumas originárias de sementeira, trato-as com mais cuidado que as concolores, são muitos mais raras no comércio. Torna-se então complicado representar a forma "tipo" de certas espécies pouco valorizadas nas coleções contemporâneas. No sul do país só se acha - pouco - lobata alba e crispa cárnea, sendo esses clones oriundos da produção antiga da Florália, são cultivares sobreviventes dos anos 80. Até hoje não achei a grandis e a sincorana para adquirir, ainda espero uma oportunidade de achar plantas-tipo dessas espécies, oriundas de sementeiras de matrizes selecionadas.
A variedade coerulea de lobata não é genética similae à purpurata, os poucos exemplares apresentam apenas uma variação de pH do tecido floral, que modifica levemente o púrpura normal das flores para um tom levemente magenta ou "azulado" dependendo da boa vontade do observador. Cruzada como outras espécies coeruleas genéticas e verdadeiras, produz híbridos púrpuras comuns.
Os exemplares da variedade coerulea ( acima ) , tornam-se paulatinamente mais populares , de fato é variedade lindamente colorida e já é vista à venda em vários orquidários. Ainda não achei adultas, e então aguardo a chance de adquiri-la para fazer companhia às outras variedades no muro de cerâmica. É bom retardar a compra, uma vez que das sementeiras podem florescer apenas plantas tipos, o melhor é esperar para ver o resultado florido, a variedade coerulea, como já explicado acima, é de propagação capciosa.
Os híbridos de L. lobata com outras Cattleyas tendem a demonstrar excelente resistência , crescem com vigor e rapidez, formam belas plantas vegetativas que tornam-se em touceiras significativas. Já as flores destes híbridos geralmente herdam a pouca substância, o tamanho modesto, a cor muito discreta e a pouca duração, tão características desta espécie.
Descrições antigas relatam a forma de ocorrência epífita para L. lobata nas matas vizinhas da Pedra da Gávea. Depois de exaustivamente coletada a polulação epífita desapareceu, provavelmente foram nessas matas que constatou-se a hibridação natural com a C. intermedia, gerando a Lc. x amanda. Um cruzamento natural com forbesii seria até mais verossímel, esta é planta muito comum nessa região, o resultado seria muito parecido com C. Cypheri ( purpurata x forbesii ) , substituindo-se a purpurata pela lobata.
Os híbridos de L. lobata com outras Cattleyas tendem a demonstrar excelente resistência , crescem com vigor e rapidez, formam belas plantas vegetativas que tornam-se em touceiras significativas. Já as flores destes híbridos geralmente herdam a pouca substância, o tamanho modesto, a cor muito discreta e a pouca duração, tão características desta espécie.
Lc x amanda ( Rchb. f) Rolfe - L. lobata x C. intermedia- único híbrido
natural registrado para está espécie aqui considerada.
natural registrado para está espécie aqui considerada.
Descrições antigas relatam a forma de ocorrência epífita para L. lobata nas matas vizinhas da Pedra da Gávea. Depois de exaustivamente coletada a polulação epífita desapareceu, provavelmente foram nessas matas que constatou-se a hibridação natural com a C. intermedia, gerando a Lc. x amanda. Um cruzamento natural com forbesii seria até mais verossímel, esta é planta muito comum nessa região, o resultado seria muito parecido com C. Cypheri ( purpurata x forbesii ) , substituindo-se a purpurata pela lobata.
Seu principal e mais famoso híbrido artificial é a Laelia Pulcherrima ( lobata x purpurata ),
que tem artigo próprio aqui no blog: Click aqui e conheça a Laelia pulcherrima
Acima o cruzamento sensacional de L. sincorana X L. lobata, um híbrido primário artificial no qual se percebe bem a forte dominância de lobata nos cruzamentos, e também a boa forma que costuma auferir quando cruzada com outras Laelias. Como esse híbrido herdou o porte menor da sincorana, ficou parecendo uma mini-lobata.
É uma espécie pouco usada em hibridação, sendo o seu híbrido
mais significativo a L. Pulcherrima, que é extensivamente
apresentado em outra resenha neste blog.
Muito interessante este post. Obrigado por compartilhar.
ResponderExcluirAbrs,
Plínio Loures Senna
Parabéns pelo excelente blog,abçs!
ResponderExcluirBom dia
ResponderExcluirGosto bastante do seus artigos.
Eu coloquei minha alma neste blog,eu morro mas o blog continua falando por mim, foi assim que pensei no início, vou fazer tudo farto e útil sem meu nome e sem qualquer vaidade minha no sentido de projeção. Nos anos pré internet as informações sobre orquídeas eram difíceis de se obter, ainda hoje é muito blá blá blá que para pouco serve, assim foi e agora está feito, consegui...um abraço e o brigado pela gentileza da comunicação.
ExcluirFantástico texto!
ExcluirAqui em Teresópolis minha alba floresce bem todo ano.
Lobata é de cultivo fácil em climas amenos e sob boa iluminação. A flor é frágil e de pouca substância como também ocorre em crispa e grandis, parentes mais próximas. Abraço ae !
ExcluirParabéns pelo excelente trabalho e conteúdo da matéria.... Um grande abraço!!!
ResponderExcluirAdorei seu blog. O encontrei por estar pesquisando sobre a Lobata, vou adquiri-la em breve. Obrigado por seu magnífico acervo.
ResponderExcluir