
"A humildade torna-nos 
invulneráveis."
M.  Eschenbach
O lóbulo central do labelo pouco projetado, parecendo um saiote bem curtinho, junto com as características veias douradas ocultas dentro do labelo, são as principais marcas morfológicas florais desta a espécie litorânea do sul e sudeste brasileiros.
"A simplicidade é o último
grau de sofisticação."
Leonardo da
 Vinci 
 
"Já gostei bem menos
da C. forbesii."
Eugênio Izecksohn
Mestre querido que Deus o mantenha
na riqueza espiritual em que
sua alma sempre
viveu.
Inesquecível !
"Já gostei bem menos
da C. forbesii."
Eugênio Izecksohn
Mestre querido que Deus o mantenha
na riqueza espiritual em que
sua alma sempre
viveu.
Inesquecível !
A cor da flor varia do verde
 ou amarelo palha até
 o quase rosado.
As flores são simpáticas, porém mostram-se discretas
se comparadas com outras espécies deste gênero,
que são muito mais coloridas, cerosas
e perfumadas.
Lembram bem mais a estética das
flores do grupo dos Epidendruns,
das Brassavolas e Encyclias.
Trata-se de uma espécie caiçara
muito rústica e humilde.
Fácil de reconhecer posto
que apresenta formas
muito singulares.

Aqui apresentaremos esta espécie de orquídea
paranaense das mais comuns, a Cattleya forbesii
é ainda muito observada nos municípios do
litoral , é a mais abundante espécie
deste gênero em todo Paraná.
As  orquídeas são notoriamente belas, também são igualmente difíceis de  cultivar fora do  conhecido aparato técnico necessário para hospedá-las  bem. Plantas resistentes e tolerantes,  passíveis de  serem cultivadas  ao ar livre e que floresçam com generosidade,  serão sempre muito  apreciadas pela maioria dos que não pretende gastar muito tempo, atenção  e recursos com elas.As flores são simpáticas, porém mostram-se discretas
se comparadas com outras espécies deste gênero,
que são muito mais coloridas, cerosas
e perfumadas.
Lembram bem mais a estética das
flores do grupo dos Epidendruns,
das Brassavolas e Encyclias.
Trata-se de uma espécie caiçara
muito rústica e humilde.
Fácil de reconhecer posto
que apresenta formas
muito singulares.

Aqui apresentaremos esta espécie de orquídea
paranaense das mais comuns, a Cattleya forbesii
é ainda muito observada nos municípios do
litoral , é a mais abundante espécie
deste gênero em todo Paraná.
Qual  o cenário observado nas casas onde não há telados ou estufas ?  Certamente veremos só umas poucas orquídeas no jardim, serão essas as  plantas adaptáveis naquele clima ou as adaptáveis a qualquer clima do Brasil meridional - como por exemplo o O. flexuosum.  Terão sido mudas dadas por conhecidos e se mostrarão fixadas em árvores,  talvez dispostas em pequenos vasos  suspensos ou mesmo  plantadas no  chão.
Mesmo  com todo desenvolvimento urbano, ainda assim as praças, 
as matinhas  remanescentes e os quintais das cidades do litoral
do PR, continuam a  ostentar muitas C. forbesiis.
Diferencia-se  facilmente uma planta dessa espécie de seus híbridos naturais, pelo  aspecto curto e não muito expandido da projeção do lóbulo central do  labelo, característica  típica desta espécie. Como na foto acima a forma  típica é a de uma projeção bem curta, levemente colorida de púrpura e  sem maiores estreitamentos. As cores não são importantes , em  híbridos  as variações de forma no labelo surgem facilmente e são quase sempre  observadas, a projeção do lóbulo fica sempre maior, e por isso bem evidente ao olho treinado.
Na  foto acima o colorido geral é forte, mas a forma da flor é  exatamente a  típica. Já abaixo temos um  híbrido natural bastante observado e comum  entre a C. harrisoniana  e C. forbesii -  a chamada C. venosa  , reparem nessa foto, e em todas as outras de híbridos mais abaixo, como  o lóbulo central do labelo, além de bem mais colorido, é  morfologicamente maior ou mais expandido. Assim diferenciando-se do  labelo típico da espécie, indicando de pronto uma mistura recente de  gens
Esse exemplar híbrido da foto abaixo parece ter tido
 a C. harrisoniana como planta mãe.
As populações mais sulinas de forbesii,  talvez tenham algum grau intrínseco e já consolidado de hibridação, são  plantas mais vistosas e coloridas  se em comparação com aquelas  de  distribuição mais setentrional. Mas o labelo é de forma idêndica, varia  apenas a cor .


A  cor varia,  mas a forma nem tanto, tanto no exemplar  acima como no   abaixo,
a curtíssima projeção do lóbulo central do labelo atesta a pureza da espécie.
a curtíssima projeção do lóbulo central do labelo atesta a pureza da espécie.
Mapa da distribuição de Cattleya forbesii:  do RJ até o sul de SC, sempre próxima à umidade do mar, nas matas e  rochas de fachada atlântica. No PR e em SC ocorre uma variedade mais  rósea.
É  uma espécie campeã de resistência, também em litorais de outros estados   de sua grande área de dispersão, ela continua até hoje presente e  muito visível. Até mesmo a 200 km do litoral, no interior de SP, há  inacreditáveis e periódicos registros de sua ocorrência, é planta  notoriamente litorânea e quanto mais próximo do mar, mais abundante  torna-se. Mas tal como C. intermedia, às vezes se aventura interior a dentro.

A  flor não é uma orquídea bela em comparação com outras espécies  próximas, é apenas simpática, mas sua floração é abundante e isso  aumenta a sensação de empatia.
Por pouco não se chama Cattleya pauper ( do latim pauperis = pobre ), Vellozo ia designá-la assim no final do Séc. XVIII : Epidendrum pauper ( planta pobre sobre árvores  em tradução livre ); bela não é ! O interessante e precioso de sua  existência está definitivamente na sua parte vegetativa, se temos charme  nas flores, sobra vigor e resistência no vegetal, reparem nas fotos, q  quase sempre forma lindas plantas vegetativas.


No habitat , uma árvore derrubada com exemplares estabelecidos.
As flores variam em cor e vão desde um verde-claro até um tom de
bronze bem acentuado, passando por tons de amarelo-palha
e por rosados mais ou menos intensos.
As  do RJ e SP ficam geralmentes nos tons verdes e amarelados,
sendo esses mesmos tons  não tão comuns no PR e SC, 
onde surgem as colorações mais róseas.
Seu  potencial estético  aparece apenas se hibridada; vamos então conhecer  as possibilidades dessa espécie nas hibridações, sem perder a  facilidade de cultivo, felizmente sempre dominante nos cruzamentos e  mesmo potencializada por eles:
Híbridos Naturais:
a) Cattleya krameriana ( forbesii x intermedia ) ou Cattleya x isabellae ( intermedia x forbesii )


b) Cattleya x venosa ( forbesii x harrisoniana)
 
 
c) Cattleya dayana ( forbesii x guttata )
Acima a C. guttata
D) Laeliocattleya x Cypheri (L. purpurata x C. forbesii)


Registrada no Séc XIX para o litoral de SP, Laeliocattleya x Cypheri ( fotos acima ) é relativamente rara de ser vista, tanto na natureza, como em cultivo. Já o cruzamento às avessas (C. forbesii  x L. purpurata  ), mostrado nas fotos abaixo, talvez seja o mais belo e vigoroso dos  híbridos naturais aqui tratados, as plantas são fortes, as flores são  grandes e os pseudobulbos muito mais robustos, a cor das flores varia  como podem observar, exposta ao sol direto tornam-se mais róseas .
 






Acima  minhas "Cypheris"  irmãs - vigorosas e coloridas. A primeira parece-se  mais com purpurata, já na outra vemos sete flores num pseudobulbo em  primeira floração. C. forbesii não tem ótima forma mas tem vigor excepcional. Sou fã da  beleza singela desses híbridos vigorosos.



Alguns Híbridos Primários Artificiais:
a) Cattleya Alvim ( forbesii x labiata )
Acima a C. labiata


Cattleya Alvim é muita atrativa, o labelo arredondado em relação à Lc. Cypheri
mostra a diferença no cruzamento de C. forbesii com Cattleyas, na cruza
com Laelias o labelo mostra-se mais quadrangular.
Esse cruzamento , retratado acima, é na verdade um retrocruzamento da C. Alvim com C. forbesi ( 75% de forbesii e 25% de labiata ). Reparem o labelo bem diferenciado desse híbrido.
b) Cattleya forbesii x C. bicolor
Acima a C. bicolor
Esse  híbrido, chamado C. Tom Mays, é muito variável, mas sempre com forte domínio fenotípico de C. bicolor. O exemplar da foto acima é  praticamente uma C. bicolor  de pétalas largas e robustíssima, com um labelo levemente trilobado  provando ser híbrido. Reparem a  notável mancha amarelo-ouro e as veias,  herdadas da C. forbesii, bem  dispostas no meio  e na borda do labelo ( na foto o labelo foi puxado  para baixo para melhor mostrar as características descritas ). Como se  observa a Cattleya bicolor mostrou dominância muito além de qualquer outra espécie aqui mostrada.
c) Cattleya quinquecolor ( forbesii x aclandiae )
Acima a C. acklandiae



Quase sempre na primeira geração desse híbrido, as pintas da C. acklandiae tornam-se recessivas no híbrido onde pode preponderar um rosa sem pintas, retrocruzados ou cruzados entre sí, as pintas reaparecem na próxima progênie, como se vê na foto acima.




d) Cattleya forbesii x C. violacea
Acima a C. violacea
C. violacea também demonstra  forte dominância e equipara-se com  C. forbesii, formando um híbrido de muito bom impacto visual, chama-se C. Super-Forbesii.
e) Cattleya forbesii x bowringeana
Acima a C. bowringeana
Também nesse cruzamento, chamado de C. Meadii,  houve igualdade de predominâncias e também uma ótima convergência de características.  Forbesii  sempre  dominando na forma do labelo, veias e mancha amarela no tubo, o  resto varia mas essas características estão quase sempre presentes  .
f) Cattleya forbesii x L. grandis
Acima a L. grandis
Esse híbrido deve ser muito parecido com a Lc  x  delicatula ( L. crispa x C. forbesii  ) , este bem poderia ainda ocorrer no RJ, nos poucos locais onde as duas espécies poderiam ainda co-habitar. As duas Laelias, a crispa e a grandis,  são aparentadas e bem similares em forma e tamanho; o hídrido com a  primeira deve lembrar  o com a segunda.  A planta é monofiliada e lembra  fortemente uma Laelia.
g) Laelia anceps x Cattleya forbesii
h) Cattleya forbesii x Cattleya velutina
 
Acima a C. velutina.
i) Schombocattleya e Epicattleyas derivadas de C. forbesii



A forte dominância da C. forbesii continua a agir, dando ótimas plantas vegetativas com flores sempre mais interessantes em relação ao original potencial da espécie.
Híbridos Complexos




a) Cattleya krameriana ( forbesii x intermedia ) ou Cattleya x isabellae ( intermedia x forbesii )
Cattleya isabellae foi  descrita como espécie natural no passado, krameriana não, são bem  parecidas, demonstrando um equilibrado poder de dominância genética,  independente de qual seja a planta mãe. Híbrido frequentemente observado  pelos habitats do Rio de  Janeiro, em especial em algumas ilhas da Baía de Angra dos Reis , as  plantas se misturaram tanto, mais parecendo uma nova espécie  intermediária.


b) Cattleya x venosa ( forbesii x harrisoniana)
c) Cattleya dayana ( forbesii x guttata )
Em cima as duas versões do mesmo cruzamento aqui considerado, na primeira foto C. guttata foi provavelmente a mãe do fruto e influenciou mais a progênie; na segunda foto foi, também provavelmente, C. forbesii  quem gerou o fruto e assim ganhou mais infuência fenotípica. A mancha  amarelo ouro, as veias internas do labelo e a forma "forbesiana" sempre  estão presente nas progênies dessa espécie, são sua marca registrada.

Acima o mesmo híbrido em questão, todavia nesse cruzamento especial, surgiu trilabelóide e mostrando as veias típicas da C. forbesii claramente estampadas nas pétalas. Bela planta e filha de forbesii !

Acima o mesmo híbrido em questão, todavia nesse cruzamento especial, surgiu trilabelóide e mostrando as veias típicas da C. forbesii claramente estampadas nas pétalas. Bela planta e filha de forbesii !
D) Laeliocattleya x Cypheri (L. purpurata x C. forbesii)


Registrada no Séc XIX para o litoral de SP, Laeliocattleya x Cypheri ( fotos acima ) é relativamente rara de ser vista, tanto na natureza, como em cultivo. Já o cruzamento às avessas (C. forbesii  x L. purpurata  ), mostrado nas fotos abaixo, talvez seja o mais belo e vigoroso dos  híbridos naturais aqui tratados, as plantas são fortes, as flores são  grandes e os pseudobulbos muito mais robustos, a cor das flores varia  como podem observar, exposta ao sol direto tornam-se mais róseas .





Acima  minhas "Cypheris"  irmãs - vigorosas e coloridas. A primeira parece-se  mais com purpurata, já na outra vemos sete flores num pseudobulbo em  primeira floração. C. forbesii não tem ótima forma mas tem vigor excepcional. Sou fã da  beleza singela desses híbridos vigorosos.


Alguns Híbridos Primários Artificiais:
a) Cattleya Alvim ( forbesii x labiata )
Acima a C. labiata


Cattleya Alvim é muita atrativa, o labelo arredondado em relação à Lc. Cypheri
mostra a diferença no cruzamento de C. forbesii com Cattleyas, na cruza
com Laelias o labelo mostra-se mais quadrangular.
Esse cruzamento , retratado acima, é na verdade um retrocruzamento da C. Alvim com C. forbesi ( 75% de forbesii e 25% de labiata ). Reparem o labelo bem diferenciado desse híbrido.b) Cattleya forbesii x C. bicolor
Acima a C. bicolor
Esse  híbrido, chamado C. Tom Mays, é muito variável, mas sempre com forte domínio fenotípico de C. bicolor. O exemplar da foto acima é  praticamente uma C. bicolor  de pétalas largas e robustíssima, com um labelo levemente trilobado  provando ser híbrido. Reparem a  notável mancha amarelo-ouro e as veias,  herdadas da C. forbesii, bem  dispostas no meio  e na borda do labelo ( na foto o labelo foi puxado  para baixo para melhor mostrar as características descritas ). Como se  observa a Cattleya bicolor mostrou dominância muito além de qualquer outra espécie aqui mostrada.c) Cattleya quinquecolor ( forbesii x aclandiae )
Acima a C. acklandiae


Quase sempre na primeira geração desse híbrido, as pintas da C. acklandiae tornam-se recessivas no híbrido onde pode preponderar um rosa sem pintas, retrocruzados ou cruzados entre sí, as pintas reaparecem na próxima progênie, como se vê na foto acima.


Quando C. forbesii  é a mãe,  o resultado desse cruzamento pode ser bem diferente, essa  planta de cima,  tenho outras irmãs dela exatamente iguais na  minha  coleção, é praticamente uma C. venosa. A planta lembra vegetativamente a C. acklandiae, é vigorosa e resistente, desde seedling já era toucerinha. É uma linda planta !


Outra  planta irmã do mesmo lote, esta saiu pintada, todavia a forma é quase a  mesma; não é um engano de cruzamento, é quinquecolor mesmo. Talvez  usando-se a C. acklandiae como a  "mãe" no cruzamento, o quadro mude, aparecendo no lote de sementeira um  percentual bem maior plantas pintadas. O característico é apresentarem  apenas duas flores por pseudobulbo florido, são de grande duração e sem  perfume!



d) Cattleya forbesii x C. violacea
Acima a C. violacea
C. violacea também demonstra  forte dominância e equipara-se com  C. forbesii, formando um híbrido de muito bom impacto visual, chama-se C. Super-Forbesii.e) Cattleya forbesii x bowringeana
Acima a C. bowringeana
Também nesse cruzamento, chamado de C. Meadii,  houve igualdade de predominâncias e também uma ótima convergência de características.  Forbesii  sempre  dominando na forma do labelo, veias e mancha amarela no tubo, o  resto varia mas essas características estão quase sempre presentes  .f) Cattleya forbesii x L. grandis
Acima a L. grandis
Esse híbrido deve ser muito parecido com a Lc  x  delicatula ( L. crispa x C. forbesii  ) , este bem poderia ainda ocorrer no RJ, nos poucos locais onde as duas espécies poderiam ainda co-habitar. As duas Laelias, a crispa e a grandis,  são aparentadas e bem similares em forma e tamanho; o hídrido com a  primeira deve lembrar  o com a segunda.  A planta é monofiliada e lembra  fortemente uma Laelia.g) Laelia anceps x Cattleya forbesii
Uma planta vegetativa muito forte com pseudobulbos robustos
e agregados, parece florífera e adaptável.
A primeira floração foi algo decepcionante.
Mas depois de mais adulta, dois anos depois,
a planta mostrou todo o vigor e potencial
de floração das progenitoras .
Não confundam a vaso de plástico transparente
com Maxillaria gracilis que mostra-se na
frente da planta híbrida, que pode
ser bem vista na terceira das
foto, onde aparece com
uma única flor.
e agregados, parece florífera e adaptável.
A primeira floração foi algo decepcionante.
Mas depois de mais adulta, dois anos depois,
a planta mostrou todo o vigor e potencial
de floração das progenitoras .
Não confundam a vaso de plástico transparente
com Maxillaria gracilis que mostra-se na
frente da planta híbrida, que pode
ser bem vista na terceira das
foto, onde aparece com
uma única flor.
h) Cattleya forbesii x Cattleya velutina

Acima a C. velutina.
Este híbrido artificial chamado de C. Juno, feito primeiramente
 em 1895, é belo e de crescimento vigoroso.
i) Schombocattleya e Epicattleyas derivadas de C. forbesii



A forte dominância da C. forbesii continua a agir, dando ótimas plantas vegetativas com flores sempre mais interessantes em relação ao original potencial da espécie.
Híbridos Complexos
Nos  híbridos complexos a influência da nossa heroína do crescimento e da  resistência  diminui, continuando vigorosa e  positiva, mas já não se  reconhece a explosiva vitalidade  de uma espécie colonizadora do litoral  do Sul e Sudeste brasileiros.  As características clássicas continuam  visíveis, são fortemente dominantes.


C. forbesii x Blc Amber Glow

















































