Laelia Pulcherrima
Híbrido artificial entre:
L. lobata x L. purpurata.
L. lobata x L. purpurata.

ondulações se preferirem, inseridos num labelo de tendência quase
quadrangular, são uma boa pista para reconhecer de pronto
este vigoroso híbrido. É tal o potencial de crescimento,
de florescimento grandioso e adaptação,
que creio que este deve
ter lugar em qualquer
coleção mais séria
de orquídeas.

"pulchra" = bela ou linda, lê-se "pulquérrima" e não
"pulxérrima", em latim, ou em latinizado, ch = k.
"A tua flor não é flor
pra qualquer jardim.
Quero pra mim, pois
Quero pra mim, pois
já cansei de capim."
Rafael Rocha
Acima vemos , a título de exemplo, três exemplares irmãos, oriundos de um mesmo cruzamento. Sem qualquer dúvida são muito parecidos, porém nunca são exatamente iguais, podendo ser mesmo bem diferentes entre si. Mesmo a cada ano, as florações de um mesmo indivíduo podem mostrar-se variáveis, é normal alguma pequena mudança no tamanho, forma e cor. As reservas de energia acumuladas nos pseudobulbos, as oscilações climáticas com suas decorrentes variações hormonais nas plantas, aliadas às heterogêneas características fisiológicas que se formam num cruzamento entre exemplares de espécies diferente, fazem com que surja um amplo espectro possível de variação em indivíduos de L. Pulcherrima. A variação é portanto bastante esperável, e quase sempre muito bem vinda, posto que vigor de crescimento é absolutamente dominante e característico, portanto sempre crescem muito bem. Bem pouco híbridos crescem tão facilmente como este, e seguindo a tendência de variabilidade floral de L. purpurata, a maior constatada entre o grupo da Cattleyas, este híbrido também apresenta um cativante elenco de variedades de cor em indivíduos nunca exatamente iguais, um tesouro orquidófilo.
Na foto imediatamente acima, vemos à frente uma L. purpurata semi-alba
e em segundo plano uma L. Pulcherrima de mesmo porte, visão de
muito boa comparação. Há sempre muita variação observável
nos exemplares de L. Pulcherrima, tanto em cor, como
em porte e colorido. sempre dependendo das
características das matrizes utilizadas
naquela hibridação específica.
Abaixo uma sequência com boas fotos de alguns dos
melhores exemplares e variedades desse híbrido famoso:
melhores exemplares e variedades desse híbrido famoso:

Este cruzamento foi feito primeiramente por Sanders em 1898,
e já foi refeito inúmeras vezes. Mostrou ser um híbrido muito
forte, belo e vivaz , e explosivamente apaixonante
em função de sua farta e impressionante
floração, muito maior que nas
espécies progenitoras.
floração, muito maior que nas
espécies progenitoras.

Todos os exemplares deste híbrido em minha coleção mostram-se
muito adaptados ao clima de Curitiba e estão plenamente
estabelecidos no muro porta-orquídeas de meu
terraço, reparem a ótima forma técnica das
flores de alguns deles !

O provável cruzamento de L. purpurata alba " Elpídio " x L. lobata alba, nos proporcionou essa linda L. Pulcherrima albescens ou cândida - foto acima. Parece completamente alba mas não é, a planta tem detalhes em pigmento purpúreo nas folhas e brotos, além de um leve sopro róseo na flor. Como as formas albas de suas progenitoras não são muito atrativas, sendo mesmo de baixa qualidade técnica, esse cruzamento nos proporcionou uma planta muito interessante. Flores albas duram muito pouco, mofam com grande facilidade, são fracas, tortas e raramente perfumadas; idolatrá-las é exagero! Todavia essa Pulcherrima é das melhores nessa categoria, dura o mesmo e não mofa!

Reparem que a flor desse híbrido normalmente herda o tamanho da purpurata e o labelo um tanto retangular e cheio de "babados" da lobata, mas pode variar amplamente em tamanho e em cor. A vegetação varia muito, indo de folhas longas e relativamente estreitas como em purpurata até folhas mais curtas e largas como em lobata, como se vê nas fotos das touceiras acima.





híbridos podem expandir essa característica natural da espécie.





técnica também diferentes: hora puxando mais às purpuratas e hora às lobatas.



Abaixo a L. Pulcherrima suavíssima, um clone espetacular
e de colorido único, é quase cinza.
e de colorido único, é quase cinza.


percebe tanto o tom róseo das flores.


Acima a L. lobata concolor. que de forma atípica e única, apresenta um labelo com
amarelo canário, provavelmente foi este clone que gerou a Pulcherrima mais acima.

do lote original da sementeira, no momento da aquisição.
Abaixo um exemplar de Pulcherrima parecido com o de cima, sendo de cor bem mais pálida, o primeiro é de muito melhor forma e impacto visual, além de inebriante perfume herdado de lobata .
O híbrido em questão é muito vigoroso, resistente e florífero, apenas o híbrido
artificial entre L. purpurata e C. gaskelliana pode comparar-se em vigor com este.


Abaixo a esperada novidade em se tratando de Pulcherrimas:


Tomará que consigam obter o resultado esperado, mas pelo histórico desse cruzamento, a chance de saírem quase todas de coloração lilás padrão é muito grande! Talvez um percentual menor do lote segregue cores inusitadas, todavia como as lobatas não são albas, semi-albas ou coeruleas verdadeiras, é melhor não fazer muitas expectativas.
Troço para estar completamente errado !
Híbridos de L. Pulcherrima:
Como já foi explicitado mais acima, a melhor trilha de cruzamentos utilizando-se L. Pulcherrima é valendo-se de cruzamentos com outras Laelias híbridas como Pacavia e Pilcheri. Também o cruzamento com espécies de menor porte do grupo da L. pumila e jongheana seriam auspiciosos, L. alaorii certamente daria ótimos híbridos com Pulcherrima. Todas estas espécies de Laelias talvez possam melhorar ainda mais o quadro de vigor e florescimento abundante já estabelecido. O cruzamento com Cattleyas, híbridas ou espécies, certamente não melhora o quadro, há perda de vigor e agressividade de crescimento, exceto com C. gaskelliana ou mossiae, que já mostraram ótimas e vigorosas progênies quando cruzadas com L. purpurata, o que indica ainda melhores resultados usando-se Pulcherrima. Contudo, o exemplo abaixo mostra que este viés talvez não seja verdadeiro, a mistura de muitos gens diferentes podem não necessariamente provocar vigor, e por isso se explicaria o o pouco uso de L. Pulcherrima em cruzamentos em geral.
Acima, o cruzamento, provavelmente em primeira floração, da
L. Pulcherrina x L. perrinii, mostrando a quase total dominância
da espécie sobre o híbrido. Creio, pelo que li, que
logicamente quanto mais antiga for a espécie,
maior deverá ser a sua dominância
num cruzamento especulativo.
A foto acima me sinaliza
esta percepção, de
ser a L. perrinii,
de certo, a mais
ancestral neste
grupo.
O híbrido acima - L. Pulcherrima X C. harrisoniana -
mostrou-se muito desajeitado e pouco interessante.
As Cattleyas bifoliadas e outros gêneros de duas folhas por pseudobulbo são fortemente dominantes no hábito vegetativo e não produzem híbridos atrativos quando cruzadas com Pulcherrimas ou outra Laelias de grande porte. Talvez o cruzamento com Guarianthes seja interessante para fortalecer esta linha de cruzamento tipo Lc Parysates, C. Portia, Porcia e outras similares, com flores em nada lembrando Laelias.
Acima os cruzamentos de L. purpurata com C. mossiae ( Lc canhamiana coerulea ) e
C. gaskelliana ( Lc. G.Roebling flamea ) nos dão boa ideia do potencial de
Pulcherrima, se cruzada com estas espécies de Cattleya.
Nas Cattleyas híbridas, vigor semelhante à L. Pulcherrima , é encontrado também na C. Portia,
um cruzamento entre a Cattleya ( Guarianthe ) bowringeana e a C. labiata.

um cruzamento entre a Cattleya ( Guarianthe ) bowringeana e a C. labiata.