VVVVVV>&&&&&%gt;gt;>>>>>>>>>>>>>>>>>"Ver e ouvir são sentidos nobres; aristocracia é nunca tocar."

&&&&&&>>>>>>>>>"A memória guardará o que valer a pena: ela nos conhece bem e não perde o que merece ser salvo."


%%%%%%%%%%%%%%"Escrevo tudo o que o meu inconsciente exala
e clama; penso depois para justificar o que foi escrito"


&&&&&&&&&&&&&&;>>gt;>>>>>>>
"
A fotografia não é o que você vê, é o que você carrega dentro si."


&
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"Resolvi não exigir dos outros senão o mínimo: é uma forma de paz..."

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"Aqui ergo um faustoso monumento ao meu tédio"


&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"A inveja morde, mas não come."


segunda-feira, 31 de maio de 2010

Muro Porta-Orquídea em Curitiba


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Veja a continuação deste artigo com fotos

 mais recentes e o desenvolvimento
 das orquídeas  no habitat
artificial:

Laelias no Muro Porta-Orquídeas.


click para 
acessar

e outras postagens de DEZ / 2010
no qual as espécies que medram
são tratadas individualmente.




Reporto a minha recente experiência em abrigar minha coleção de orquídeas num terraço de apartamento em Curitiba - a 931m de altitude. Durante anos as minhas orquídeas insistiram em sair dos vasos e deitar raízes pelo lado de fora deles; resolvi então acatar o recado e coloquei todas como sempre desejaram estar: livres dos vasos.



A manutenção de orquídeas  ao ar livre só é possível onde a temperatura é amena e a umidade é constante, Curitiba apresenta estas duas características, o litoral do Paraná também tem clima propício, em outros lugares é preciso uma avaliação ambiental realista para se repetir o sistema de cultivo aqui apresentado.




O clima de Curitiba pode ser melhor entendido na tabela abaixo, clique na foto, ela aumenta de tamanho permitindo melhor visualização dos dados metereológicos:



Podemos resumir o clima local como apresentando: verões mansos, invernos severos e umidade ambiental abundante e dominante, porém não exatamente constante ou estável; raramente a temperatura passa de 30°C, para baixo a queda é livre, pode descer abaixo de zero e até nevar ocasionalmente.


Clima ameno e úmido devido à altitude,
quatro graus a menos que o litoral.

Porém , desde 2000, as geadas, e por consequência a temida , ficaram mais distantes, e já foi comprovado: a temperatura média vem subindo paulatinamente; as estiagens periódicas também começam a acontecer de forma mais extensa e recorrente.

A umidade ambiental é dominante em Curitiba.

A chuva , os dias nublados e a neblina são comuns por aqui, optei por abrigar minha plantas, somente as já entouceiradas, num muro porta-orquídeas e concomitamente escolhi as espécies adaptáveis à altitude e aos ventos. A umidade ambiental noturna é quase sempre elevada, embora com sol e mais de 25°C, caia até níveis críticos durante a tarde. Talvez só após estarem totalmente enraizadas e instaladas, as plantas outdoors possam sobreviver sem a necessidade de regas artificiais constantes.




.



O granizo forte é a ameaça mais permanente, também há freqüentes geadas, típicas dos locais mais baixos e menos ventilados. O terraço é bem ventilado e para gear nele, será preciso uma massa de ar frio muito forte, todavia o clima já foi muito mais frio no passado.


Meditativas capivaras do Parque Barigui numa manhã
de forte geada, talvez pensem em ir morar no litoral .


No PR não faz muito frio em função apenas da altitude local, Curitiba está localizada numa das principais rotas de frentes frias deslocando-se para o norte do país, via litoral. Por vezes estas massas de ar ficam estacionadas vários dias sobre o litoral e planaltos próximos , o ar frio congelante dessas massas vêm das terras mais meridionais do continente, é objetivamente antártico-patagônico. É um frio ambulante: chega, fica e passa - normalmente são poucos os dias críticos de frio ( temperatura menores de 10°C ), uns 4-5 por cada massa de ar frio forte em deslocamento.

Todavia cabe alertar sobre o vento seco forte, este ocorre por vezes e expõe as plantas a um quadro de severa desidratação, acontece sem muita previsão e sem que possamos fazer muito. É preciso então r molhar e molhar, e ver o vento secar todo o ambiente em poucos minutos; esse evento meterológico prolongado me ensinou: orquídeas sobrevivem apenas onde há os ventos úmidos. Mesmo numa das capitais mais úmidas do país, onde a neblina é muito comum ao longo de todo o ano, mesmo aqui, o vento seco de AGO/SET dá trabalho, fica complicado manter as plantas em boas condições hídricas nessa época muito seca, as plantas sem raízes muito bem estabelecidas, desitratam rapidamente e morrem. A proximidade do mar é uma condição amenizadora das secas e dos frios excessivos, não é sem sentido haverem tantas orquídeas nas proximidades do oceano, próximos aos rios e cascatas, a umidade do ar sempre alta nestes lugares, mesmo no estio de chuvas.

Se vc reside em locais normalmente mais quentes e secos , faça por cima das plantas uma cobertura de plástico transparente , além do sombrite, o plástico reduz o vento e aumenta a umidade, também aumenta a temperatura, precisa ser uma proteção eficaz e também removível. Todas as noites muito secas, passo nas plantas do muro várias pulverizações da água da chuva , tenho sempre uma boa quantidade dela armazenada. Molho as plantas pela manhã ,quando não a noite, caso esta esteja quente e seca, passo mais uma vez. Molhar o plantel durante a ventania desidratante é um procedimento difícil de julgar, o melhor é economizar água da chuva e molhar só a noite, mas se há abundância de água pura, molhe o quanto secar. As águas da rede, mineral alcalina e de poço artesiano muito silicada, matam as orquídeas epífitas bem rapidamente, cuidado com água utilizada, quem avisa amgo é !

Em 2009 , o excesso de chuvas foi o maior já visto nos últimos tempos; este ano de 2010 foi mais seco. Mas nem na natureza há condições sempre perfeitas e de um modo geral, fora estes extremos climáticos, as plantas estão muito bem: enraizando, florindo e se estabelecendo. Serão necessários mais dois anos, totalizando três, para uma adaptação e estabilização plena desta população de orquídeas no muro, neste caso os cuidados culturais, atualmente necessários, se reduzirão bastante.

As Cataratas de Foz do Iguaçu diminuem em volume quando há
estiagens ocasionais em Curitiba e região do Vale do Iguaçu.
As secas periódicas existem e são limitantes para
simplesmente deixarmos por conta do clima a
sobrevivência de orquídeas do tipo
Cattlleyas por aqui, plantas
antigas são mais fortes
e com suas reservas
sobrevivem.


O muro de elementos vazados foi concebido para ser bastante versátil e operacional, permite usar substrato se necessário e dentro de sua geometria há possibilidades para variar luz e umidade. A insolação direta sobre o muro restringe-se aos meses de verão, no resto do ano há fartura de claridade e ventilação. Problemas graves são: granizo, geadas, vento frio/seco e o sol de verão; uma cobertura de sombrite 50% resolve, ou ameniza, todos estes possíveis eventos.


O muro tem dado muito certo e é uma boa idéia ! Talvez devesse ter usado uma cola no lugar da argamassa de cimento, mas não tenho certeza sobre ser esta opção a melhor, as raízes gostam da cerâmica, todavia evitam o contato com o cimento. Talvez rejeitassem ainda mais a cola, esta poderia inclusive contaminar a cerâmica. Como há umidade ambiental quase ao longo de todo ano, as plantas tem boas condições de adaptação, todavia é preciso ponderar: não há Cattleyas e Laelias nativas das maiores altitudes da Serra do Mar e dos planaltos próximos, como há nas terras mais baixas e quentes do litoral da Região Sul. Naturalmente o ambiente não é propício para a sobrevivência das espécies mais ornamentais, o frio constante faz o crescimento diminuir, o sol verão das altitudes queima terrivlmente estas plantas, toleram apenas as situações críticas de temperatura por poucos dias. Portanto nestes locais mais frios e de clima inconstante, as estufas, tellheiros e proteções são normalmente requeridas !

Vejam a evolução da instalação das plantas no muro:


Há muitas Laelias neste nicho artificial: anceps, purpurata, lobata, tenebrosa e principalmente L. pulcherrima ( lobata x purpurata ) - todas gostam de ventilação e iluminação fortes - , recebem só água da chuva propriamente dita ou a mesma coletada e armazenada, além de fertilizantes e outros insumos. Raramente usamos água da rede, mas já houve situações onde foi necessário se umedecer todo o ambiente e não havia água da chuva armazenada suficiente.


Abaixo o Paphiopedilum x leeanum nos vasos, o vento e a luz do sol de verão
destroem sua folhagem, já foram retirados deste ambiente inadequado.


Cattleya gaskelliana, C. labiata, C. dolosa e algumas Lc. Princess Benedikthe ( nobilior x purpurata) completam a seleção escalada para enfrentar o vento, o frio e a umidade super variável do tempo imprevisível de Curitiba.



Quando há necessidade de substrato com mais umidade, tenho utilizado brita comum misturada com fibra de poliéster ( utilizada em estofaria ), estes são materiais fáceis de se obter, além de baratos, são estéreis e duráveis, molham e secam no tempo certo. Disfarço este uso de material industrial, colocando musgos e outras fibras naturais por cima; da mesma forma o substrato tanto pode ser colocado rapidamente nos espaços do elemento vazado, como também pode ser cuidadosamente retirado quando as raízes já estiverem mais estabelecidas.


As fitas coloridas espalhadas sobre as plantas, não pretendem qualquer efeito estético, lá estão para espantar as aves curitibanas, estas insistem em fazer ninhos ali , ou então roubar os musgos para confeccioná-los; o movimento ao vento das fitas as deixam ressabiadas e acabam não se aproximando tanto. Se pousam nas plantas, quebram os brotos novos e as inflorescências . O famigerado Bem-te-vi de Bico Largo ou Nei-Nei (Megarynchus pitangua) é o pior de todos, por sorte raramente aparece. O macho tem uns 25 cm e é do tamanho de um pombo robusto; gosta de fazer ninhos esse bicho. É mais fácil ouvi-lo e perceber os estragos , é animal espertíssimo e dissimulado, só o vejo de relance. Ainda bem que é raro e só apareceu poucas vezes, ao contrário das outras espécies aqui descritas que são muito mais frequente.


Faz um tradicional som ao pousar, eu já corro para espantá-lo, mas nunca chego a tempo de evitar o saque, ele - mesmo no susto - num relance, rouba musgo e quebra as plantas no embalo de alçar vôo . Nidifica em NOV/DEZ, a mesma época da floração das Laelias, consequentemente quebra as hastes com botões florais ainda em desenvolvimento. É um animal magnífico, todavia me tira do sério cada vez que me dá prejuízos.

Pássaros têm sido um problema sério, com tanto PR para eles irem fazer bagunça, estão me dando prejuízos sérios aqui no centro da capital. Com sorte talvez me esqueçam, atualmente tem até fila de sabiás-laranjeiras ( Turdus rufiventris ) para fazer estrepolias nos vasos e no muro. O sabiá virou praga em Curitiba, tomou o vulto de um rato-voador, come de tudo e está em toda parte, os de maior porte mexem em tudo na época de nidificar. O Bem-te-ví ( Pitangus sulphuratus ) também anda chato demais fazendo furdúncio bem cedo nas orquídeas. Para se livrar dos pássaros use CDs ou espelhos pendurados em fios, o movimento deles no vento, com o consequente reflexo da luz , assusta e afugenta parcialmente estes visitantes indesejados.




No Jardim de Inverno, fica um outro espaço similar ao muro principal, porém bem menor, muito mais úmido e mais protegido do vento. Destina-se a abrigar as plantas de menor resistência às intempéries, uma parte foi coberta com telhas translúcidas formando uma estufa semi-aberta. Para o muro do terraço exposto ao tempo vão as espécies que notoriamente gostam de estar em habitats ventosos, as plantas mais preciosas ou mais frágeis ficam ao abrigo, as touceiras ficam melhor mais outdoors.


Touceiras.

A insolação solar sobre o muro é curta, devido ao posicionamento face sul e a proteção dos prédios vizinhos, temos ao lado um prédio alto encobrindo totalmente o sol da tarde. Apenas de novembro a fevereiro há insolação direta, porém a claridade é sempre muito forte, o espaço apresenta grandes possibilidades de ambientação, principalmente de Laelias.



 O pequeno e povoado jardim de inverno, mais protegido
 e quente, está disposto para as janelas dos quartos.

Abaixo, L. purpurata russeliana Canhanduba mostra seu vistoso tubo
quase cor-de-abóbora, ao mesmo tempo L. pulcherrima floresce vigorosamente.

Acima e abaixo a L. pucherrima (pulcherrima = muito bela em latim) , trata-se de um híbrido primário artificial, nele está associada a melhor forma e o maior nº de flores por haste da L. lobata, com o tamanho e a armação superiores da L. purpurata.

Abaixo a L. purpurata tipo com tubo amarelo

Abaixo a L. lobata tipo

Abaixo a L. lobata concolor "D.Jeni"

Embaixo vê-se uma especialmente bela L. pulcherrima suavíssima, o exemplar demonstra ter herdado o vistoso tubo amarelo da L. purpurata que lhe gerou. Comprei-a sem qualquer identificação, num lote de plantas similares, em Paranaguá, pensei a princípio ser uma ótima L. lobata, a planta é vegetativamente parecida com a famosa L. lobata concolor D. Jeni, depois atinei: o tubo amarelo não existe nesta espécie, apenas ocorre em alguns clones de L. purpurata, logo só poderia ser um cruzamento.





 A delicadeza das cores apresentada é difícil de se ver em outros híbridos, estudando sementeiras feitas no passado, em orquidários daquela região, provavelmente essa planta é resultante de um cruzamento de L. lobata concolor Jeni com L. purpurata carnea Maria da Glória. Comprei dois exemplares naquela ocasião, as outras pulcherrimas, também foram adquiridas no mesmo dia, devem ser do mesmo cruzamento, mas não herdaram a cor recessiva e nem a forma da folha, bem alongada e estreita, sendo um caracter bem distintivo.




Abaixo a L. purpurata carnea, a cor framboesa no labelo
só surge nesta espécie sul-brasileira.

Abaixo a Cattleya labiata alba

Embaixo uma L. crispa, é uma espécie querida, me lembra, com seu perfume inesquecível, o Rio de Janeiro do passado e as antigas casas serranas, cheias delas nas mangueiras do quintais. Essa é a primeira que a revejo nos últimos 25 anos, agora a temos florindo em nosso quintal. Ainda vamos falar dessa espécie em artigo dedicado só a ela; foi sempre considerada como uma planta de menor importancia, por não ter boa forma e textura, mas por fim não é muito diferente das L. purpuratas "charuto" nativas de SP ou SC, tal como elas, pode também ser também melhorada por seleção. É planta muito incomum em cultivo no Sul do Brasil, assim como a L. perrini.



Abaixo a C. labiata amoena

As grandes Laelias, as Laeliocattleyas, as Brassavolas e as Cattleyas bifoliadas estão indo especialmente bem! O muro está ficando tomado ! Devido a forte claridade, as folhas novas estão ficando mais curtas e os pseudobulbos mais robustos e fortes.


Acima o muro já no final de 2010, um ano e meio depois do começo do seu estabelecimento, mostra sinais de pujança vegetativa e de adaptação às condições climáticas locais.



Já em 2011 e  mesmo mil dias depois ......





Abaixo a floração de NOV de 2011, choveu muito e as flores se ressentiram do excesso de umidade. O muro e sua comunidade vegetal vão se estabilizando e mostrando ser um habitat artificial viável, as plantas estão inegavelmente estabilizadas.




Laelia purpurata werkhauserii deu uma bela primeira floração



Não foi o frio o maior inimigo até agora, mas sim o excesso de chuvas e as lesmas derivadas dessa condição de até três meses de verão sem um único dia completo de sol. As chuvas de verão deixam mais destruição mofada do que as queimaduras nas folhas derivadas das 4-5 noites de frio severo com geada no inverno daqui.


Floração de 2011 - um ano metereologicamente inesquecível ! De todo forma obtivemos um habitat artificial bem funcional e com uma população estabilizada e em expansão. Já há problemas de competição por luz e vou ter que mudar umas plantas de lugar.


Cobertas experimentalmente com plástico preto para uma
proteção a mais em caso de muito frio.



Deu certo !



C. gaskelliana é uma espécie venezuelana, reparem as raízes, que
adapta-se tão bem ao clima local quanto L. purpurata.







7 comentários:

  1. Muito criativa a solução que encontrou! Eu tento cultivar algumas orquideas e também já me deparei com problemas parecidos com os seus!Vou aproveitar algumas idéias!! Francisco

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  2. adorei sua idéia e as orquideas mais ainda..estão lindas...

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  3. ola adorei seu site retirou todas as minhas duvidas continue assim esta de parabens !!

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  4. parabéns fotos belíssimas e de muito bom gosto ! Blog e de riqueza de informações de encher os olhos"

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  5. Olá, boa tarde! Mudei-me há pouco para um apartamento que possui um terraço face sul, único local para continuar cultivando minhas orquídeas. Gostei muito das suas sugestões, mas tenho um problema muito sério e estou buscando soluções... O maior inimigo, aqui, é o vento! O prédio ao lado e meu próprio prédio criam um corredor com vento devastador! O uso de sombrite ou plástico agrícola não resolverá o problema. Estou preocupada e quase sem alternativas. Tens alguma solução? Minha cidade é Santa Maria-RS, cercada de morros por todos os lados, bastante conhecida pelos seus ventos. Se puderes me ajudar, agradeço desde já. Abraço...

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  6. Borrife todo dia no início da noite e antes de vc dormir com água da chuva, arrume um jeito e obtenha água da chuva e tenha estoque. A ventilação é benéfica saiba usá-la, orquídeas gostam de estar secas durante o dia, o período de umidade é o noturno, vire neblina para elas, ou senão coloque uma capa plástica transparente e cortada em tiras para diminuir a ventilação excessiva. Melhor ter vento do não tê-lo, Ficando bem secas durante o dia é garantia de saúde para raízes. Um abraço!!!

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  7. Que legal, muito criativo. Belas plantas

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