VVVVVV>&&&&&%gt;gt;>>>>>>>>>>>>>>>>>"Ver e ouvir são sentidos nobres; aristocracia é nunca tocar."

&&&&&&>>>>>>>>>"A memória guardará o que valer a pena: ela nos conhece bem e não perde o que merece ser salvo."


%%%%%%%%%%%%%%"Escrevo tudo o que o meu inconsciente exala
e clama; penso depois para justificar o que foi escrito"


&&&&&&&&&&&&&&;>>gt;>>>>>>>
"
A fotografia não é o que você vê, é o que você carrega dentro si."


&
;>&&&&&>>>>>>>>>>>>>>>>&gt
"Resolvi não exigir dos outros senão o mínimo: é uma forma de paz..."

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"Aqui ergo um faustoso monumento ao meu tédio"


&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"A inveja morde, mas não come."


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Invisível em Curitiba

 

  

 

 

COMO TORNAR-SE INVISÍVEL 

EM CURITIBA 

 

 ou 

 











A vingança do pipoqueiro !


Diz a lenda que, por não gostar de pipoca, o cavaleiro Sir Blackspot humilhou o modesto pipoqueiro Charles Lockwell jogando-o numa poça de lama perante todo o povo, isso lá na Normandia. Charles não deixou por menos. Disfarçado de cozinheiro, invadiu a casa de Sir Blackspot e preparou um chá capaz de deixar Blackspot desacordado por horas a fio. Em seguida, despejou uma enorme quantidade de milho de pipoca goela adentro do adormecido.
























"Você pode começar treinando numa dessas manhãs de muita neblina, à margem de um lago ou num bairro bem afastado do centro da cidade. Pode optar por uma rua deserta, no começo da noite ou numa véspera de feriado. Pode vestir um uniforme camuflado ou levar o seu "personal trainer" a tiracolo, pouco importa. Esteja você com a síndrome do pânico ou com o coração amargurado, existe um método muito mais eficiente para tornar-se invisível em Curitiba do que essas desambulações (sic) pelos ermos da cidade. Embora não esteja ao alcance de todos, convém conhecê-lo, já que é absolutamente infalível e seus resultados surpreendentes. Primeira condição: você precisa ter talento genuíno. Estudar bastante também ajuda, mas não substitui aquele toque de gênio inconfundível que marca e distingue certas pessoas desde o berço. Pois bem. De posse desse talento que Deus lhe deu – e contra a falta de estímulo da família, do meio e particularmente da própria cidade – você deve se atirar de corpo e alma na consecução de seu destino. Guiado unicamente pelo seu daimon, pelo seu anjo tutelar, você dará início à construção de sua lenda pessoal e dos projetos que dela advirão. Você estará, finalmente, a caminho de tornar-se invisível. Cada conquista, cada livro publicado, cada poema, escultura ou canção, cada tela, espetáculo, disco, filme ou fotografia, cada intervenção bem sucedida no esporte, no direito ou na medicina, cada vez que alguém, lá fora, reconhecer com isenção de ânimo que você está produzindo obra ou feito significativo – o seu grau de invisibilidade aumenta em Curitiba. E é muito fácil perceber isso. Primeiro, não faltarão pessoas tentando dissuadi-lo de seu próprio talento. Tudo farão para reconduzi-lo de volta à mediania, ou melhor, à mediocracia, que é o sistema vigente nesse estrato a que denominamos cultura. Se você resistir, tentarão cooptá-lo com promessas de nomeações ou ofertas de emprego em atividades sucedâneas. Se você é um belo projeto de escritor, alguém tentará convencê-lo de que é melhor, mais lucrativo, ser um redator de propaganda. 




Se você é jovem e promissor cirurgião plástico, com projetos de especialização no exterior, não faltará quem o convide para sócio de uma dessas empresinhas de medicina privada lá onde o diabo perdeu as botas. Se mesmo assim você se mantiver fiel ao seu daimon, à sua lenda pessoal e não arredar pé de seu destino, a invisibilidade torna-se então um processo irreversível. 

 


Os amigos mais chegados são os primeiros a acusar falhas em seus sistemas de radar quando o objeto a ser captado é você ou algo que lhe diz respeito. Os convites tornam-se mais escassos, o telefone já não toca como antigamente; e mencionar seu nome ou seus feitos, nas reuniões para as quais você não foi convidado, para11 (sic) a ser tomado como um gesto de imperdoável traição ao grupo. Desse momento em diante, só os inimigos falarão de você. Falarão mal, obviamente. E o mais curioso: à maioria desses "inimigos", a noventa por cento deles, você jamais falou, jamais sequer foi apresentado. Os amigos a gente escolhe, os inimigos escolhem-se a si próprios. Esta talvez seja a parte mais cruel (ou mais irônica) da história. A sua visibilidade, enquanto pessoa, transfere-se para a imagem que os outros fazem de você. Pois é ela, a sua imagem, que circula e passa a freqüentar os lugares para os quais você já não é solicitado. Não é mais você em pessoa – carne, sistema nervoso, personalidade, alma –, que se oferece à percepção do outro, mas uma espécie de correlato simbólico impregnado de tudo o que os outros lhe atribuem. Para encurtar: vale a pena manter-se fiel ao seu daimon e cumprir com resignação cada etapa de sua lenda pessoal? Acho que sim. Curitiba está cheia de pessoas invisíveis."




de Jamil Snege









+








Curitiba:


"Conheço esta cidade 
como a palma da
 minha pica.
 
Sei onde é o
 palácio...
Sei onde a
 fonte fica





Cuidado, inveja é
 pecado e Deus
 castiga.

 Na próxima
 encarnação.

 Vais nascer
 em Curitiba.”


de
Paulo Leminski















Meu agradecimento à 
explicação dos gênios
 literários autóctones !



Jamil Snege.... 
é a tua mais completa
tradução !







+













Gênio de finíssima estirpe, Paulo Leminski se foi precocemente aos 44 anos, estava doente do fígado, bebeu demais para poder resistir, por fim nos deixou sozinhos nesta travessa de polenta fria !



 Não há nada em Curitiba que se possa 
comparar à grandeza de alma dele !





















"CURITIBANO É ARGENTINO
 DISFARÇADO BRASILEIRO"

by Desciclopedia


Piadas Populares 
sobre o tema:



 " É a melhor cidade que eu já conheci na minha vida ."
do curitibano - que só conhece Curitiba - 

sobre Curitiba.

Curitibano é todo natural de Curitiba. 
São seres que acham que são
 europeus, acham que
 estão na Europa e
coisas do tipo.


A guria chega a casa em prantos e diz para a mãe:
 - Mãe, mãe, fui violentada por um curitibano! 
- Mas… como sabes que era um curitibano? 
- Ele disse que faz melhor sozinho e
 ainda me fez agradecer.




O que se deve atirar a um curitibano
 que está se afogando?
 -O resto da família.


O que é o Ego? 
É um pequeno curitibano
que vive dentro de cada
 um de nós..


Qual é o negócio mais
 lucrativo do mundo?
Comprar um curitibano pelo que
 ele vale e vendê-lo pelo que
 ele pensa que vale.


Por que há tantos partos prematuros em Curitiba? 
- Nem as mães aguentam um curitibano por 9 meses! 


Por que é que os curitibanos em geral, preferem não se casar ? 
- Porque eles nunca encontram uma mulher que os ame mais do que eles se amam.



Sabem o que dá no cruzamento de um argentino com um curitibano???
: Um porteiro que pensa que é síndico.
O que um curitibano diz quando encontra a mulher com outro em sua cama? ... -
 resposta:  NADA, curitibano não fala com estranhos!!! rsrsrs.



Orgulharem-se de ser descendentes de poloneses, holandeses, sérvios, eslovenos, romenos, croatas, e alemães (o povo mais ralé da Europa que veio aqui porque nem tinha onde cair morto lá).
Acharem-se superiores ao resto do país.



Não aceita que alguém fale que curitibano é um povo fechado. 

Chama o povo do norte paranaense de ‘pé-vermelho’.

Diz que a cidade não é mais a mesma por causa da invasão
 do pessoal de outros estados.

Come pastel e caldo de cana nas feiras livres.


Pega o mesmo ônibus todo santo dia no mesmo horário e
 não cumprimenta nem motorista nem cobrador.


Difícilmente dá preferência para
 o pedestre na faixa.




Por Simone Mattos:
“Os curitibanos são uma estranha tribo que se alimenta de pinhões, mas reside em casas iguais às nossas.” Com esta frase, escrita em 1967, o jornalista e poeta pernambucano Fernando Pessoa Ferreira começou a sua crônica Curitiba, a Fria e deu início a uma imensa polêmica na cidade, ganhando furiosos editoriais em todos os jornais da época. O inspirado texto de 15 laudas contava com muitos outros trechos irônicos e fora encomendado por Paulo Francis para publicação na coleção que editava: Livro de Cabeceira do Homem, da editora Civilização Brasileira. Ferreira viveu uma década em Curitiba, foi superintendente do Teatro Guaíra e criou o Teatro de Comédia do Paraná, entre outros feitos.
Recentemente, sua crônica foi reproduzida na íntegra no divertido livro Curitiba, Melhores Defeitos Piores Qualidades, do chargista e escritor catarinense Dante Mendonça, que vive há 40 anos na cidade.
Ele tem uma explicação histórica para a frieza do povo curitibano: “Começou na metade do século 19, quando Saint-Hilaire chegou aqui e não foi recebido por uma escola de samba. Assim sucedeu com os demais visitantes ilustres que chegaram à cidade, o único a levar uma imagem calorosa foi (o papa) João Paulo II”, diz Mendonça. “Enfim, o curitibano tem fama de povo arredio e frio porque a cidade não tem uma escola de samba que preste”, resume.
Em sua perspicaz avaliação, Curitiba tem traços inconfundíveis:
“É a única cidade do mundo onde um de seus habitantes é invisível: Dalton Trevisan, ninguém sabe, ninguém viu. Também apenas em Curitiba as pessoas são elogiadas pelas costas.” Mas ele garante que o perfil da cidade está mudando. “Houve um tempo em que encontrávamos todos os curitibanos no Passeio Público, aos sábados, comendo bolinho de arroz e planejando a cidade lá no Bar do Pasquale”, analisa. “Hoje, aos sábados, é mais fácil encontrar um curitibano no Mercado Público de Florianópolis.”


UM BRASIL DIFERENTE

O escritor Carlos Alberto (Nêgo) Pessôa, que descreve com sutileza ácida vários lugares-comuns presentes na cidade, em seu livro Modos & Modas, acha que o curitibano é arredio pela ascendência europeia e também pelo clima e altitude locais. Nascido em Irati, interior do estado, onde morou até a adolescência, Pessôa teve fácil adaptação quando chegou aqui para viver. “Não tive nenhum problema de aceitação, todas as portas se abriram facilmente... é chato ser bonito, gostoso, medir 1,83 m, ser magro, simpático, inteligente, engraçado”, brinca. “Não há problema com Curitiba; o problema é dos inadaptados.” Embora ele ache que “a olho nu o curitiboca não se distingue de um marciano, sendo necessário se aproximar e ouvi-lo”, o escritor garante que já se sente um curitibano “há muitos anos e por escolha”, confessa.
Mendonça, que é pai de dois curitibanos, Pedro e Luiza, garante que também não teve problemas de adaptação em Curitiba. “Minha experiência pessoal ao chegar para morar aqui foi a melhor possível, porque minha primeira impressão foi aquela do curitibano bem-humorado que me contou a seguinte piada:
Sabe por que em Curitiba ninguém se cumprimenta?
Porque, para uma cidade ser considerada grande, as pessoas não devem se cumprimentar”, ironiza.
O titular do blog negopessoa.com/blog lembra que os nativos daqui não são produtos da clássica mistura nacional entre português, negro e índio. “Não à toa, Wilson Martins escreveu Um Brasil Diferente”, diz. No livro, o saudoso autor contrariou a tese de que todo brasileiro é fruto de tal mistura, da qual os paranaenses fugiriam à regra. “O curitiboca não vive no litoral nem nos tristes trópicos: seria estranho se não fosse diferente”, diz Pessôa. Num dos trechos mais contundentes de seu livro Modos & Modas, aborda o velho e bom assunto do carnaval local. “O que fazer com o carnaval em Curitiba?
Transferi-lo pro litoral, despachá-lo pra Antonina via Graciosa.
Com frete pago. Dois micro-ônibus serão suficientes para limparmos a cidade dos mais teimosos foliões.”

MITO OU VERDADE

Brincadeiras à parte, na opinião da psicóloga curitibana Rafaela Senff Ribeiro, tantas lendas e mitos em torno do seu suposto comportamento frio se transformaram num pré-conceito sobre os curitibanos, o que faria com que as outras pessoas, diante deles, adotassem uma postura diferente, de defesa. “Isso consequentemente faz com que o curitibano responda a esse comportamento, fugindo de sua atitude natural; se as pessoas não tiverem esse pré-conceito, acredito que a relação a ser estabelecida será diferente”, afirma.
Além disto, para ela, o curitibano atual não é o mesmo de dez ou cinco anos atrás. “Já foram mais frios”, garante. Antes, o caráter arredio era evidente na forma como as famílias educavam seus filhos e nos relacionamentos: mais abertos apenas com aquele grupo conhecido e escolhido a dedo, enquanto se evita o contato com os demais. “Devido à avalanche de informações, globalização e acesso a informações, para sobrevivência, foi necessário abrir-se para o mundo e sair da redoma curitibana”, explica.
Rafaela acha que houve uma grande mudança de postura do povo, “passando de frio e arredio, para exigente, crítico e desconfiado, tanto que a cidade é um dos laboratórios na aprovação de produtos novos para o mercado”, comenta. Entre as principais características, além do alto grau de exigência, a psicóloga destaca a obediência, o comprometimento e o vestir-se bem. Na lista dos pontos fracos, ressalta a preocupação exacerbada com a opinião do outro, a resistência às mudanças ,e a impaciência. “Por exemplo: a pessoa fica duas ,horas num restaurante, mas quando decide ir embora e ,pede a conta, quer que ela venha em cinco minutos.”
 

 O contra cultural e famoso 
 anti-herói curitibano :
THE OIL MAN




O CURITIBANO POR UM CURITIBANO

O jornalista, advogado e estudante de Antropologia Eduardo Emilio Fenianos conhece seus conterrâneos como ninguém. Anos atrás, passou exatos cem dias viajando por Curitiba, sem retornar para a sua casa.
A expedição lhe permitiu conhecer todos os bairros e todas as ruas, além de ter navegado 216 quilômetros pelos rios Barigui, Passaúna, Atuba, Belém e Iguaçu.
Durante o período, hospedou-se exclusivamente em residências de moradores da cidade, onde também fez todas as refeições. O objetivo principal era captar o modo de viver dos curitibanos. A viagem – que o tornou nacionalmente conhecido como Urbenauta – resultou numa coleção de 34 livros sobre os bairros da cidade, um romance diário de bordo, um filme, a correção de 800 erros no mapa da cidade, a edição de mais de um milhão de mapas, um álbum fotográfico, um livro infantil, dois guias e várias séries para TV. Mas o mais importante foi a sua percepção e observação pessoal sobre a cidade e seus habitantes, sobre o que conversamos com ele.
TopView: Por que o curitibano tem fama de povo arredio e frio?
Eduardo Fenianos: Porque realmente é. Mas, aos seus próprios olhos, é perfeitamente normal, pois o raciocínio social curitibano sempre estará se perguntando: pra que tirar as mãos quentinhas do casaco para cumprimentar alguém? Onde está escrito que devemos cumprimentar as pessoas no elevador? Quem disse que elas querem responder às usuais perguntas sobre o clima que normalmente iniciam conversas que não levam a nada? Há dias em que não há vontade de conversar e neste ponto o curitibano é sincero e honesto.
TV: Qual foi a sua experiência pessoal ao se hospedar nas casas dos curitibanos?
EF: Primeiro, a superação de não me limitar ao mundinho em que vivia. Curitiba com seus 432 km2 me abriu os olhos, despertou minha vontade de ver o mundo.
Também valeu a descoberta de que existem vários tipos de curitibanos e de que aquela cidade que até então se resumia ao Batel a leste, ao Jardim Social a oeste, ao Jardim Botânico ao sul e de Santa Felicidade ao Norte tem fronteiras, bairros e pessoas que vão muito além disso.
TV: Sentiu diferenças de receptividade de acordo com o bairro e a classe social das famílias?
EF: Sim. Apesar de “ter menos”, a chamada periferia recebe muito melhor. É um carinho descompromissado, puro.
TV: Com a chegada de tantas pessoas de outras cidades para viver aqui, acha que o perfil do curitibano está mudando?
EF: Sim. Desde a metade dos anos 90 isto já está acontecendo.
O curitibano, em relação a um morador de Natal, Fortaleza ou Rio de Janeiro, ainda pode ser visto como frio e arredio. Mas já mudou muito. Fiquei um ano sem vir a Curitiba e, quando retornei, fiquei impressionado com os vários diálogos que desenvolvi. Não esqueçamos também que somos fruto do meio. De lá pra cá, esse meio mudou muito. Hoje há supermercados, restaurantes 24 horas que nos fazem sair da toca. Nem o frio é mais tão frio.
Curitiba e os curitibanos já são outros há muito tempo.
Agora, pra ser como um carioca ou um nordestino, falta muito. Creio que isso só acontecerá quando o derretimento das calotas polares chegar a tal ponto que Curitiba, finalmente, tenha uma praia no lugar do lago do Barigui.
TV: O que o curitibano tem de melhor e de pior?
EF: De melhor, a organização e o comprometimento com o que faz. Há muito profissionalismo na cidade.
Somos CDFs mesmo. De pior: o sotaque, a má utilização do pisca no trânsito e a timidez.
TV: Que coisas só acontecem em Curitiba?
EF: Muitos falam daquela história de se ter as quatro estações do ano em um só dia. Isso acontece em várias cidades. O que só vi em Curitiba: em 1833, chegaram à cidade os primeiros alemães, (seguidos por...) poloneses, italianos e ucranianos. Todos eles foram instalados em colônias predeterminadas pelo governo. (...) Muitos se ilharam em bairros distantes. (...) Até que todos aprendessem o português, o não falar com estranhos se tornou um hábito. Essa é a minha explicação. O interessante é que mais de um século se passou e essas colônias ainda hoje podem ser vistas na cidade.
TV: Como reconhecer um curitibano em qualquer lugar do mundo?
EF: Se ele abrir a boca, pelo sotaque. É inconfundível.
Até se ele estiver falando francês, é possível identificar o sotaque curitibano. Ele também pode ser reconhecido em algum supermercado de Viena, perguntando se ali vendem pinhão ou procurando latas de lixo para jogar um papel e tentar deixar mais limpinha uma rua suja de Bangcoc. Ah! E se em algum salão de beleza chinês você ouvir uma das freguesas soltar para a manicure um “guria, nem te conto!”, pode ter certeza de que é uma curitibana.











"Comemorei o aniversário de Curitiba no melhor estilo curitibano: Estive presente na abertura do Festival de Teatro e encontrei alguns conhecidos meus que simplesmente fingiram não me conhecer. Quando eu esboçava um sorriso que culminaria num perigoso "Oi!", eles automaticamente desviavam seus olhares para um além, o que fazia me sentir um absoluto nada envergonhado que fala com as paredes. Mas, o que dizem por aí é que se um curitibano chega em casa e encontra a mulher com um sujeito na cama, ele vai pra sala ler uma revista, porque não fala com estranhos.


Portanto, republico esse cartunzinho que para mim é a tradução visual literal  da simpatia e do calor do povo da cidade ironicamente conhecida por "Cidade Sorriso". O pior é que a inspiração desse cartum foi um fato real. Quando eu era criança e ainda me valia do reluzente transporte público curitibano, um senhor com sotaque que lembrava o nordestino, surtou na linha Pedro Moro - Boqueirão. Aos berros desabafou sobre a frieza do povo curitibano. "Antipáticos", "insensíveis", "indiferentes" foram os termos que o expressivo forasteiro colericamente bradou, conquistando para si mais do objeto de sua reclamação.


Qualquer adulto aconselha que as crianças não conversem com estranhos. Vai ver que é por isso que os obedientes curitibanos não conversam entre si, pois todos são estranhos.


Parabéns, estranha Curitiba! Parabéns, minha querida "Cidade Sorriso".

















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