VVVVVV>&&&&&%gt;gt;>>>>>>>>>>>>>>>>>"Ver e ouvir são sentidos nobres; aristocracia é nunca tocar."

&&&&&&>>>>>>>>>"A memória guardará o que valer a pena: ela nos conhece bem e não perde o que merece ser salvo."


%%%%%%%%%%%%%%"Escrevo tudo o que o meu inconsciente exala
e clama; penso depois para justificar o que foi escrito"


&&&&&&&&&&&&&&;>>gt;>>>>>>>
"
A fotografia não é o que você vê, é o que você carrega dentro si."


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"Resolvi não exigir dos outros senão o mínimo: é uma forma de paz..."

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"Aqui ergo um faustoso monumento ao meu tédio"


&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&"A inveja morde, mas não come."


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cattleya x silvana Pabst 1976


.




Nesta postagem iremos expor nossos questionamentos e opiniões sobre
 a Cattleya x silvana Pabst,outro assunto polêmico e
interessante da orquidofilia brasileira.

O x entre os nomes científicos significa que a população, ou o exemplar, mostra algum grau de hibridação expontânea - portanto é natural, ou seja, foi encontrado estabelecido na natureza - e que foi descrito originalmente como uma nova espécie botânica, ou mesmo já como um híbrido natural; assim diferenciando-o completamente de híbridos derivados da ação humana, tão comuns no comércio, e atualmente já obtidos em grande escala e assombrosa variedade.




PERHAPPINESS

Paulo  Leminski



"A novidade era o máximo
do paradoxo
estendido na areia
Alguns a desejar
seus beijos de deusa
outros a desejar
seu rabo prá ceia.."


Gilberto Gil



" A explicação do enigma
 é a repetição do
 enigma ! " 

Clarice Lispector





Começo pela imagem da Lc. gottoiana "'às avessas" florindo na coleção. O primeiro aspecto a ser reparado nesse interessante híbrido, a foto mostra muito bem, são os pseudobulbos e folhas, estes tendem a crescer sem muita direção e ordenamento. A planta é de porte avantajado e logo se desajeita; posta em vaso tombaria com qualquer vento mais forte. Essa é a tal herança genética de uma das suas genitoras, a Laelia tenebrosa: as flores são lindas e a planta é um tanto"estabanada"! Depois de vários acidentes, com quebra de brotos e de espatas, as minhas amadas tenebrosas estão todas estabelecidas em caixas de madeira. Todas ainda estabanadas porém muito mais firmes e sem qualquer possibilidade de virar e se quebrarem!



Lc gottoiana " às avessas" é um híbrido com um impressivo labelo aveludado, as flores são de longa duração e os pseudobulbos e folhas são mais próximos aos da C. warneri. Quem aprecia L. tenebrosa, eu sou fã de todas as Laelias, não consegue ficar indiferente ao impacto visual dessa vistosa hibridação.







Cattleya warneri - medra mais correntemente no ES e MG -
já no RJ e BA ocorre apenas nas fronteiras.


Ocorrência de C. warnerii na Bahia.






Laelia grandis - ocorre no ES e BA.


A histórica Laeliocattleya x gottoiana Rolfe ( L. tenebrosa x C. warneri) - foto abaixo, é um pouco freqüente híbrido natural capixaba, registrado inicialmente no Séc. XIX, era ocasionalmente encontrado onde as duas espécies co-existiam.


Lembra-me muito, daí a razão desse artigo, a baiana Cattleya x silvana Pabst. Atualmente esta espécie é considerada como uma população natural híbrida, talvez oriunda de cruzamentos e retrocruzamentos entre C. warneri e L. grandis. Lou Menezes, orquidóloga do Orquidário Nacional em Brasília, visitou a população, e para sanar dúvidas, lá promoveu um cruzamento artificial entre exemplares das espécies citadas como genitoras. Levou do habitat a planta nativa "grávida" e o Orquidário Binot, posteriormente fez a sementeira.

L. grandis é bastante variável.

Ao florescer a progênie, obtiveram-se flores muito parecidas com a C. x silvana, nesse ponto comprovou-se o que já antes se desconfiava: C. x silvana era a mesma Lc x albanensis Rolfe ( L. grandis x C. warneri), descrita originalmente do território capixaba, mas também registrada como ocorrente na Bahia . Então surgiu um consenso: Lc x albanensis Rolfe certamente estava na origem da população medrando espontaneamente no sul da Bahia.


C. warneri - uma linda espécie

C. x silvana apresenta forte herança morfológica de L. grandis, aparentemente os retrocruzamentos espontâneos aumentaram a participação desse progenitor na população natural existente. Portanto C. x silvana apresenta maior dominância morfológica de Laelia grandis em seu aspecto floral.



Laelia grandis oriunda de sementeira em primeira floração.

L. grandis - um ótimo exemplar

Também a Lc. x gottoiana "às avessas" ( C. warneri x L. tenebrosa ) em nossa coleção, apresenta apenas 4 polínias grandes, tal como Cattleya x silvana e todas as demais espécies de Cattleya. Para o melhor entendimento: Laelia tem 8 polínias pequenas, Laeliocattleya costuma ter 6-8 polínias , sendo 4 grandes e 2-4 bem menores, todavia nesses dois híbridos aqui citados, a gottoiana "às avessas" e C. x silvana, esta tendência estranhamente não ocorre. Embaixo algumas fotos das 4 polínias e o detalhe interno do labelo de C. x silvana; percebe-se claramente a influência de L. grandis no labelo.


Por essa razão botânica, as 4 polínias, além do importante fato de serem conhecidas populações naturais bem estabelecidas, Pabst classificou C. x silvana com sendo uma espécie válida e não como um híbrido natural, como indicava à primeira vista o seu aspecto floral típico de uma Laeliocattleya. Ponderou e classificou-a como Cattleya, do ponto de vista meramente botânico estava certíssimo em assim proceder.



Cattleya x silvana tem a morfologia 
típica das Laeliocattleyas.

 
"Em tupi, entupiu
Canibal deglutiu
  Tu que viu
Viu quem viu

Quem degustou
Gostou do que sentiu
Digeriu, arrotou

Canja de laranja
Casca de galinha
Isca de polícia
Farda de sardinha"

Rafael Pirralho


Os conhecedores dos habitat dessa espécie, afirmam  peremptoriamente tratar-se de um espécie plenamente válida, inclusive o seu descobridor, entre outros, duvida objetivamente de qualquer parentesco muito próximo e imediato com a C. warneri. Um artigo publicado na revista Orchid Digest  V. 49 (3) por J.A. Fowlie e D. Duveen, em maio de 1985, intitulado: A new geographic race of Cattleya warneri T. Moore in Bahia and a clarification of Cattleya silvana Pabst, apresentava como novidade a pouco conhecida distribuição baiana de C. warnerii, mas pouco acrescentou ao melhor conhecimento de C. x silvana. Os autores consideram então naquela publicação, C. x silvana como sendo apenas uma raça regional da clássica espécie labiatóide capixaba , muito mais comum e abundante no Estado do Espírito Santo do que no Sul da Bahia., foi uma tentativa de aproveitar o tema e propor uma saída pela tangente.


 Edmundo Ferreira da Silva - Photo: M.A.Campacci 
 Edmundo Ferreira da Silva,
 o descobridor de C. x silvana.

Outras espécies descobertas pelo mesmo coletor
 no Sul da Bahia  e também nominadas 
em sua homenagem:
Zygopetalum silvanum , Oncidium silvanum ,
Maxillaria silvana, Promenaea silvana, 

Bifrenaria silvana,  Aspasia silvana,
 Epidendrum silvae e 
Rauhiella silvana

 Descoberta por Edmundo Silva, ocorre espontânea em poucos vales interioranos do sul da Bahia, seu nome foi honrosa e merecidamente dado a espécie. Parece vegetar mais comumente de forma rupícola, conforme informação dos coletores originais, e este é um detalhe importante uma vez que acentua a singularidade desta população.


Já foi proposto na década de 80 , entre tantas discussões sobre o polêmico assunto: talvez a C. x silvana fosse apenas uma raça geográfica da C. warneri, está última espécie é bem rara na Bahia. As plantas de silvana são pouco variáveis e tem floração outonal, enquanto os pressupostos genitores tendem claramente a florescer na Primavera. Há ainda outras diferenças morfológicas na coluna difíceis de explicar; afirmam peremptoriamente alguns: Lc x albanensis e C. x silvana não são idênticas.


Tenho, leio e sempre consulto, o clássico livro Orchidaceae Brasiliensis de Guido Pabst, o autor era um botânico extremamente técnico e pragmático. Ele jamais iria cometer a gafe de validar erroneamente, como espécie de Cattleya, um híbrido natural comum. Sendo um profundo conhecedor do assunto, não iria fazê-lo caso não tivesse absoluta certeza do status dessa população híbrida baiana. Foi um dos mais importantes botânicos brasileiros, internacionalmente respeitado !


Cattleya dormaniana - detalhe da flor e touceira em exposição.

Caso semelhante ocorreu também na determinação do status botânico da C. dormaniana de Nova Friburgo - RJ. Esta última tem 8 polínias e foi inicialmente classificada como uma Laelia. A espécie é vegetativamente uma típica Cattleya bifoliada, por isso, logo foi reconhecida como sendo uma Laeliocattleya híbrida natural, presupostamente híbrida entre C. bicolor e L. pumila. Após a população natural ser melhor estudada, foi então corretamente alocada em Cattleya. De fato o híbrido natural entre as espécies primeiramente supostas como suas progenitoras , a Lc. x binotti Cogn ( bicolor x pumila ), de forma alguma lembrava uma C. dormaniana, as plantas e os labelos mostravam-se morfologicamente muito diferentes.

Lc. x binotti na natureza, a planta é completamente
 diferente de C. dormaniana.

Trata-se então de um caso similar, mas diametralmente oposto. C. silvana foi inicialmente classificada como Cattleya , tornou-se com os maiores estudos uma população Laeliocattleya híbrida natural. C. dormaniana parecia Laelia ou Laeliocattleya híbrida natural, após, de mesma forma , tornou-se Cattleya. Concluímos: confiar nessas polínias tão variáveis só nos leva à plena confusão !


Imagino que C. x silvana só possa ser uma população híbrida refinada , com algum passado em C. warneri, mas com muito maior influência de L. grandis, isso devido aos sucessivos retrocruzamentos naturais com essa última espécie. Essa população híbrida deu certo e estabeleceu-se ambientalmente de modo singular - rupícola, como também ocorreu em outros casos brasileiros registrados ( C. x dolosa e C. x mesquitae, entre outras) , com a evolução dos estudos e do conceito, readquiriu recentemente o status de espécie botânica ou de população híbrida natural. Entendo que Lc albanensis Rolfe é um outro híbrido, mais ocasional e raro, não formando populações maiores e micisgenadas, e provavelmente deve ser apenas parecido com a C. x silvana. A Lc x gottoiana "às avessas" nos ajuda a entender visualmente e melhor os encadeamentos de hipóteses.


x-x-x
 
 Lc albanensis feita em
cruzamento artificial.

Registro respeitosamente o comentário de
 Cássio van den Berg  - eminente orquidólogo:

Cássio van den Berg deixou um novo comentário 
sobre a sua postagem "Cattleya x silvana Pabst 1976":

Existe um detalhe interessante sobre esse assunto... segundo o Código Internacional de Nomenclatura Botânica o nome de um híbrido (ex. Lc. x albanensis) não se aplica somente ao F1 entre duas plantas, mas a todos os retrocruzamentos derivados e todas as populações intermediárias entre as espécies progenitoras.... isso é que dá a base para que de fato C. silvana Pabst seja simplesmente um sinônimo de Lc. albanensis, agora Cattleya albanensis apenas. 

Postado por Cássio van den Berg no Bog
Perfil da Planta - Orquídeas, Histórias e Plantas Notáveis
em 31 de janeiro de 2013 19:47

Meu ponto de vista em resposta:

"Em minha humilde opinião, sou tão somente um botânico amador, acredito que os quadros ecológicos observados na natureza podem apresentar evidente preponderância  sobre questões um tanto controversas nos Códigos de Nomenclatrura Botânica. Em primeiro lugar sou um fã exaltado do princípio da  Nomina Conservanda  para espécies de orquídeas famosas e relevantes para a história ou comércio, mudar nomes consagrados pela cultura cria imensa confusão. Observei em minha experiência orquidófila a existência de consideráveis populações híbridas de Cattleya x isabellae ( forbesii x intermedia ) em umas poucas  ilhas da Baía de Angra dos Reis. Eram populações notadamente híbridas, mas com a presença das duas espécies progenitoras junto a uma majoritária população hibridada em diferentes graus, portanto mostravam heterogênia sem padrão fenotípico ajustado. Podemos entender estas populações silvestres muito mais como um caos genético devido a exiguidade do habitat e a presença dos progenitores, todos plenamente adaptados nele, sendo apenas, um evidente conjunto heterogêneo e híbridos criados circunstancialmente. A situação parece ser um pouco diferente do que ocorre/ocorreu com  C. x silvana, em nenhum momento se discute sua origem híbrida, o próprio Pabst estava plenamente consciente dela. Todavia, sua população silvestre, notadamente rupícola, apresenta característica muito singulares em relação às possíveis espécies progenitoras, com um padrão floral e vegetativo de formas funcionais já praticamente definidas. Por isto, sempre foi reconhecida como espécie por todos os envolvidos na descoberta desta população, o que desencadeou a consensual criação de um taxon específico para ela. Muitas espécies botanicamentente aceitas, mostram-se claramente intermediárias em forma entre outras espécies ( talvez sejam híbridas estabilizadas ) , podemos citar : tenuis, porphyroglossa e kerri - entre outras. O que nos confirma uma condição de espécie, é a existência natural de população coesa, e não o fato de serem derivadas de possíveis hibridações passadas. Não sei se o Código de Nomenclatura Botânica se mostraria-se tão abrangente assim, entendo híbridos naturais como sendo de ocorrência ocasional e em pequenos grupos. Entendo também que cabe aos estudiosos  proporem novos status para essas populações híbridas naturais mais bem estabelecidas geograficamente e de miscigenação já mais complexa, como ocorre em : C x mesquitae, C x dolosa, C. x guatemalensis etc. Estas são muito diferentes em ocorrência  em relação as pequenas populações familiares e ocasionais registradas de  C. x intricata, C. x venosa e a já citada C. x isabelle; bem como outras Laeliocattleyas naturais e o universo sem fim das laelinhas rupícolas em serras mineiras, muitas espécies de laelinhas são evidentemente apenas híbridos naturais limítrofes entre boas espécies, sem maiores singularidades e meramente circunstanciais.

Fico contente  principalmente por fomentar a discussão !  Todavia acho que o clássico  nome de C. x silvana deva ser conservado, até mesmo em homenagem ao histórico sua descoberta, muito diferente da descrição do obscuro híbrido Lc x albanensis em 1893. Este híbrido é  uma das 57 descrições botânicas de espécies brasileiras feitas por Robert A. Rolfe, assistente do herbário do britânico Jardim Botânico de Kew, trabalhava com material remetido por coletores, nunca esteve no Brasil. Guido Pabst foi um orquidólogo desprentesioso, não buscava imortalizar seu nome em descrições de espécies de grande impacto visual, era piloto da Varig de profissão, descreveu poucas espécies, todavia organizou em sua obra quase tudo que havia sido escrito sobre orquídeas brasileiras até então.  Continuamos a esperar uma nova obra que suplante a dele. Ele descreveu somente duas espécies de  Cattleyas clássicas: araguaiensis e silvana; poderia ter tatuado o seu nome  mais profundamente na botânica do gênero das mais lindas flores do mundo, preferiu não fazê-lo. Eu continuo confiando no discernimento  dele sobre C. x silvana !

Entendo e respeito a consideração a esta norma técnica do Código de Nomenclatura, defendida pelo ilustre botânico que tanto nos ajudou a enriquecer esse post.

x-x-x

Interessante entrevista de
  Marcos Antonio Campacci 
ao Brazilian Orchids,
no Orchid News #12
 sobre o tema
 em questão: 

OchidNews- Por falar em sinonímia, me vêm à cabeça, Bifrenaria, um gênero cujas espécies já foram conhecidas Epidendrum, como Maxillaria, depois como Stenocoryne, ora como Adipe, como Lycaste e até como Dendrobium, percebi que tanto no CD quanto nos Ícones, vocês mantiveram todas as espécies no gênero Bifrenaria. Qual a opinião de vocês sobre a nomenclatura deste gênero, vocês não concordam com a migração para Cydoniorchis como é o caso da B. tetragona e B. wittigii (l994).

Campacci : Acho uma bobagem de gabinete. Alguns autores nem sempre têm muito material novo para pesquisa e ficam ora dividindo gêneros, ora juntando, sem critérios bem definidos ou por puro preciosismo. Acho que muitas vezes usam pesos e medidas diferentes para chegar a uma conclusão um tanto quanto forçada. Não devemos esquecer que a nomenclatura das plantas é uma coisa totalmente artificial, sendo que na natureza não existem nem gênero, nem família, e, podemos dizer, nem espécie, apenas indivíduos, os quais o homem insiste em querer agrupar, classificar e nomear segundo regras que podem ser verdadeiras segundo determinados prismas, mas que com certeza não são naturais. É uma questão que tem muito mais de filosófico do que de científico...
É uma característica da vaidade humana querer se perpetuar de alguma forma. Então, colocamos nossos nomes nas coisas, nas pedras, nas lápides, nas orquídeas, etc., etc., iludindo-nos com essas atitudes. Quando não existirem mais plantas para se descrever, então se inventará uma nova forma de classificação, e a coisa recomeça.

OchidNews: Em entrevista para o Orchid News, n.º 7, Lou Menezes falou sobre a dúvida existente a respeito da Laeliocattleya albanensis (híbrido de Laelia grandis e Cattleya warneri) e a Cattleya silvana Pabst. Ela mesmo encontrou Laelia grandis e Cattleya warneri floridas no mesmo hábitat, fez o cruzamento e quando formou-se a cápsula e mandou para o Jorge Verboonen (Orquidário Binot) e quando as plantas floriram revelaram-se igualzinhas à Cattleya silvana. No CD do Campacci, ele apresenta fotos da Cattleya silvana. Isto quer dizer que vocês as consideram diferentes? Vocês concordam que a aparência da Cattleya silvana lembra muito o gênero Laelia?
 

Campacci : Bom, as plantas que eu vi daquele cruzamento não são iguais àquelas que eu conheci de Cattleya silvana encontradas pelo Edmundo na natureza, muito embora o Maurício Verboonen (Orquidário Binot), as chame de Cattleya silvana. Acho que ele as deveria chamar de Lc albanensis, pelo menos é o que elas realmente são, como que muitos outros amigos nossos também concordam. De qualquer forma eu ainda não tenho uma definição sobre o assunto. Pode ser que se tenha realmente que considerar como um híbrido natural, mas pode ser que seja uma planta que, mesmo tendo surgido na natureza do cruzamento acima referido, esteja se especializando e ai penso que já poderia ser considerada como espécie. Caso semelhante ocorre com as plantas rupícolas mineiras do gênero Laelia. Será que todas são realmente espécies, ou será que é um grupo ainda não definido? Existe um outro caso muito interessante que é o da Cattleya x dukeana Rchb. f., que ocorre no litoral sul paulista. Essa planta é um híbrido natural da Cattleya guttata Lindl. com a Cattleya bicolor Lindl. Toda a população existente é desse híbrido e não encontramos mais nenhuma das suas progenitoras na sua forma pura, existindo indivíduos que tendem para uma e outros que tendem para outra. E então, essa planta não se encontra em pleno processo de especialização? Quando deixará de ser considerada um híbrido e se tornará uma espécie?

Deixo ao leitor a apreciação
dos aspectos da questão.






Cattleya warneri, Laelia tenebrosa e L. grandis
mostram-se como testemunhas na sequência:

O importante é que C. x silvana e Lc x gottoiana têm 4 políneas
 e isso é uma boa pista do passado evolutivo dessas plantas híbridas.


Um comentário:

  1. Existe um detalhe interessante sobre esse assunto... segundo o Código Internacional de Nomenclatura Botânica o nome de um híbrido (ex. Lc. x albanensis) não se aplica somente ao F1 entre duas plantas, mas a todos os retrocruzamentos derivados e todas as populações intermediárias entre as espécies progenitoras.... isso é que dá a base para que de fato C. silvana Pabst seja simplesmente um sinônimo de Lc. albanensis, agora Cattleya albanensis apenas.

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