O Jardim Botânico de São Paulo lançou no ano passado, com tiragem reduzida de apenas 500 exemplares, a reimpressão do livro “Iconografia de Orchidaceas do Brasil”, do naturalista Frederico Carlos Hoehne, publicado originalmente em 1949.
Trata-se de uma das obras mais conhecidas desse naturalista, este ilustre botânico também implantou, em 1928, as Estufas do Orquidário do Estado, sendo esta a origem da instituição botânica que agora o reedita, em nova comemoração. Com essa publicação, o Jardim Botânico de São Paulo presta uma magnífica e útil homenagem ao seu fundador, no ano da comemoração dos 80 anos da sua fundação.
A primeira edição, quando colocada à venda em livrarias, esgotou-se em poucos anos, tornando-se rapidamente uma obra emblemática, por isso posteriormente muito procurada por orquidófilos e bibliófilos. Hoje pode ser considerada, com justiça, uma das obras mais importantes já publicadas no cenário da literatura nacional e mundial versando sobre orquídeas brasileiras.
Obs: A identificação das espécies retratadas nas pranchas da Iconografia aqui reproduzidas, que são imagens obtidas em pesquisas na internet, está disposta no próprio nome do arquivo jpg de cada uma destas imagens, "salvando-se como" ou abrindo-se a imagem em outra aba ou janela, surge o nome e identifica-se a espécie botânica retratada.
Podemos afirmar pelo porte do obra e pela abrangência do texto: a Iconografia já nasceu célebre, referêncial e rara. Esse livro sempre foi muito mais difícil de adquirir, do que de se encontrar, era comum em bibliotecas de orquidófilos de classe média ou alta, mesmo sendo dispendioso. A edição original é volumosa e pesada, geralmente precisava ser posta numa mesa para ser consultada, com toda essa grandiosidade não poderia custar pouco.
Quando se tem a sorte de achá-la em bom estado de conservação nos sebos, a aquisição custa cerca de R$ 1.500 - 2.000. A nova edição custou R$ 200 + o custo do envio pelo correio, paguei R$ 228 para receber essa jóia aqui na minha casa em Curitiba. Fiquei muito contente de agora poder tê-la, quando era estudante nos anos 80, a obra já era notável, cheia de ilustrações botânicas artísticas demonstrativas da riqueza sem fim de nossa flora , hoje é ainda de leitura mais saborosa.
O capítulo mais agradável é o da viagem imaginária pelo país, onde o autor descreve, num texto cheio de impressões pessoais e detalhes, as regiões, os habitats e as espécies de orquídeas correlacionadas. Mostrando-as como ainda se dispunham nas décadas de 20-30-40, num cenário anterior à grande destruição da natureza que ainda estava por vir; é uma delícia ler esse capítulo em especial .
Para Hoehne, a publicação dessa obra constituía-se num belo resumo de uma obra anterior, a muito mais volumosa e completa "Flora Brasílica" . A publicação da Iconografia a implantação de uma pioneira coleção de pública de orquídeas , na área que viria a ser, mais tarde, o Jardim Botânico de São Paulo. Atualmente temos o modesto Orquidário Nacional em Brasília, mantido pelo IBAMA, além de algumas coleções pequenas em universidades e jardins botânicos. O sonho de Hoehne de um grande centro de conservação e exposição de orquídeas brasileiras ainda não se concretizou. Essa esperada instituição pública só surgirá quando a destruição da natureza brasileira avançar ainda mais.
Obs: A identificação das espécies retratadas nas pranchas da Iconografia aqui reproduzidas, que são imagens obtidas em pesquisas na internet, está disposta no próprio nome do arquivo jpg de cada uma destas imagens, "salvando-se como" ou abrindo-se a imagem em outra aba ou janela, surge o nome e identifica-se a espécie botânica retratada.
Podemos afirmar pelo porte do obra e pela abrangência do texto: a Iconografia já nasceu célebre, referêncial e rara. Esse livro sempre foi muito mais difícil de adquirir, do que de se encontrar, era comum em bibliotecas de orquidófilos de classe média ou alta, mesmo sendo dispendioso. A edição original é volumosa e pesada, geralmente precisava ser posta numa mesa para ser consultada, com toda essa grandiosidade não poderia custar pouco.
Frederico Carlos Hoehne.
O clássico livro traz capítulos orientativos sobre como plantar as espécies nativas, sobre como construir um abrigo ou orquidário, possuí ótimas descrições e chaves clássicas para a identificação dos gêneros brasileiros. É uma obra voltada para o público orquidófilo, por isso fez tanto sucesso. O autor não se cansa de fazer comentários práticos e de fornecer dicas de cultivo, é um texto colaborativo, um amigo técnico do passado guardado na estante.
Quando se tem a sorte de achá-la em bom estado de conservação nos sebos, a aquisição custa cerca de R$ 1.500 - 2.000. A nova edição custou R$ 200 + o custo do envio pelo correio, paguei R$ 228 para receber essa jóia aqui na minha casa em Curitiba. Fiquei muito contente de agora poder tê-la, quando era estudante nos anos 80, a obra já era notável, cheia de ilustrações botânicas artísticas demonstrativas da riqueza sem fim de nossa flora , hoje é ainda de leitura mais saborosa.
O capítulo mais agradável é o da viagem imaginária pelo país, onde o autor descreve, num texto cheio de impressões pessoais e detalhes, as regiões, os habitats e as espécies de orquídeas correlacionadas. Mostrando-as como ainda se dispunham nas décadas de 20-30-40, num cenário anterior à grande destruição da natureza que ainda estava por vir; é uma delícia ler esse capítulo em especial .
A Flora Brasílica é a principal base de dados e imagens da Iconografia de Orchidaceas.
As orquídeas constituíam o grupo de plantas preferido de Hoehne, entre outras tantas espécies da flora brasileira sobre as quais ele escreveu. A essas plantas dedicou anos de estudo, tendo descrito inúmeras espécies novas para a ciência, descrições sempre acompanhadas com ilustrações botânicas precisas e artisticamente primorosas.
A nova edição é idêntica ao clássico livro de 1949, não se mudou ou atualizou nenhum nome ou dado, apenas o tamanho reduziu-se à metade, devido ao papel de impressão mais moderno. Foi o primeiro livro botânico popular e referencial sobre as orquídeas brasileiras, é uma obra de arte, um livro histórico marcante para várias gerações de orquidófilos.
O livro de Hoenhe só perdeu prestígio quando lançaram os dois grandiosos volumes de Orchidaceae Brasilienses de Güido Pabst & F. Dungs, de 1977. Inusitadamente disposto numa edição escrita , ao mesmo tempo e em três colunas diferentes por página, em português, inglês e alemão. Tratavam-se de compêndios ainda mais custosos, tecnicamente completos, ilustrados de forma espetacular e portanto menos acessíveis do que a obra aqui em questão.
Praticamente completa para a circunstância botânica do tempo da sua edição e ainda hoje muito abrangente, Orchidaceae Brasilienses aguarda ser superada como referência, é uma inevitável instância de consulta na quase sempre confusa identificação das espécies nativas menos conhecidas e cultivadas . Para se ter parca idéia das orquídeas brasileiras, é preciso ter estudado minimamente essa obra, embora haja outras fontes e referências, nenhuma outra apresenta uma compilação de informações como há nesses dois compêndios.
Um dos fascínios da Iconografia são as muitas fotos de época dos habitats, detalhe faltante na obra sua sucessora, escrita por Pabst. Na Iconografia há imagens com as matas e pedras cobertas de enormes touceiras de orquídeas, em Orchidaceae, em compensação, há catálogo de quase todas as espécies , além de esquemas de identificação visual mais completos. As ilustrações botânicas e o arranjo geral do livro de Hoehne são únicos e bem peculiares desse período do pós-guerra; percebe-se uma época de visível avanço para botânica e para o Brasil em geral.
Na Iconografia é composta de 604 páginas, sendo 1/3 só de magníficas ilustrações botânicas, uma obra feita para orquidófilos, com botânica e os inevitáveis termos técnicos, mas agradável de se ler. Demora meses para se acabar a leitura, dá a impressão de nunca findar, são tantas informações, ficamos um tanto entorpecidos pela extensão do trabalho perpetrado pelo naturalista. Ele escrevia continuamente, publicou um impressionante conjunto de obras, deve ter sido uma ótima pessoa, seu estilo de comunicação é bastante humanizado e ao mesmo tempo técnico.
A Iconografia das Orchidaceas é repleta de surpresas visuais inusitadas e interessantes.
Acima a Laelia jongheana das serras mineiras floresce para sempre na ilustração da Iconografia. Na época da primeira edição, essa espécie era dada como extinta, depois reapareceu em vários locais, foi extensivamente coletada e agora extingue-se de novo! Este blog segue, muito mais humildemente, a mesma orientação imprimida por Hoenhe na Iconografia: o mais importante é abastecer de boas informações as pessoas que gostam das orquídeas. Sem orquidófilos as orquídeas se extinguiram, não só na natureza, mas para todo sempre.
As espécies de Aristholochiacea e Gesneriaceae brasileiras,também são lindas, variadas e exóticas. Porém ninguém as defende, comenta ou propaga, como não são conhecidas , não são cultivadas. Ninguém fará exames de DNA nelas para desmontar a sistemática em vigor!
Hoehne também escreveu a Iconografia das Aristholochiaceae do Brasil.
Espero a reimpressão de outras obras do Hoehne ! Compraria todas !
A edição nova tem papel de melhor qualidade, 50% menor, mais leve e de fácil manuseio.
Na antiquada Biblioteca Estadual do Paraná, onde guarda-se um exemplar original da Iconografia, é preciso preencher duas folhas de um cadastro completo e sofrido, para então podermos ter acesso e ler a obra lá. Quando me deparei com a obrigatoriedade de fornecer dados, motivos, razões, intenções, orientações, diretrizes e outras informações de caráter absolutamente pessoal, desanimei e abandonei por lá mesmo a vontade de consultar o livro. Imaginei ser necessário apenas identificar-me como cidadão ( Nome-RG-CPF - Endereço), mas é muito mais complicado ter acesso ao arquivo público dessas obras! Na tentativa de proteger, acabam por burocratizar em demasia a fundamental função do atendimento, melhor pô-las no cofre, assim se preserva, mas a biblioteca poderá perder função. Não é um livro realmente antigo do Séc IXX , é de 1949 e há milhares deles ainda por aí, encontra-se honorificamente alojado nessa seção em função do seu tamanho e aspecto! Poderia mesmo já estar digitalizado para a consulta, mas ninguém faz muito por lá...aí que sono!.
Livrei-me desse problema chato de acesso à informação comprando a nova versão !
Com essa política de atendimento ao público a instituíção corre o perigo de tornar-se apenas uma penitenciária de livros, o patrimônio público fica acessível apenas para uns poucos elitizados cadastrados. O ônus da segurança e conservação é dos funcionários pagos para isso e não para impor dificuldades ao acesso esvaziando a procura. Biblioteca não é museu, onde não se pode tocar o acervo !
Para adquirir a nova edição da obra em questão eu entrei em contato por e.mail, com a funcionária responsável pela venda no Instituto de Botânica de São Paulo - Fátima Frige ( fatfrige@yahoo.com.br ) - passei meu nome e endereço completo. Calculou-se o custo do envio e me forneceram-me uma conta corrente da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, para o depósito do pagamento. Fiz o depósito e em seguida mandei-lhe uma foto de scanner do impresso do comprovante, também por e.mail; recebi o livro em dois dias. Lindo livro, aqui divido-o com quem lê o artigo !
Fiquei extremamente satisfeito com a aquisição e com o atendimento! Acho uma oportunidade única , uma iniciativa merecedora do nosso prestígio, torna-se patrimônio já no ato compra !
"Biblioteca não é museu" e "penitenciária de livros" são expressões para nunca esquecer. Parabéns pelo seu blog com tantas imagens, informações e comentários interessantíssimos. Amei.
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